Manhã de boas trutas no Tâmega …

Manhã de boas trutas no Tâmega …




Com os primeiros dias de pesca intensiva para trás das costas, resolvi fazer a minha visita do costume ao Rio Tâmega na proximidade de Amarante. Com pouco tempo disponível devido a outros afazeres, só havia mesmo capacidade para pescar durante a manhã e em sítios muitos concretos. Assim, e aproveitando esta oportunidade, resolvi tentar uma pesca com Black Minnows utilizando uma cana de 2,7 metros e um fio 0,18 da Trabucco. O principal objectivo seria verificar a densidade de trutas nos locais em questão e, se possível, realizar uma ou outra captura jeitosa.

A jornada começou por volta das 7h00 da manhã (hora antiga). Preparei o material e dirigi-me à margem do rio numa zona de água mais tranquila, gerada pelo muro de um açude. Saíram os primeiros lançamentos, mas nem sinal de truta. Ainda tentei alternar iscos (colher, rapala e GT-Bio) para ver se tinha alguma resposta, mas nada. Perante isto, avancei para uma boa corrente a montante. Não havia grandes sinais de presença de pescadores nos últimos dias e portanto pareceu-me razoável pensar que podia ter alguma sorte em zonas de acesso mais fácil. A verdade é que parecia que não existia peixe na água. Pareceu-me ter levado um pequeno toque de uma truta minúscula à saída de uma corrente rápida, mas não pude confirmar.

Com o tempo a passar e sem grandes novidades, avancei mais para montante, entrando em novo açude. Com mato mais denso e apertado, notei que os rastos de pescadores quase que desapareceram. Tentando alguns lançamentos apertados, fui conseguindo colocar a amostra no centro do rio e senti a primeira pancada a sério no minnow. Era truta razoável, mas não se cravou. O sítio onde eu estava não permitia muito trabalho de ponteira e portanto se a truta não se cravasse sozinha, não havia hipótese de a tirar. Ainda voltei a insistir, mas não vi mais sinal de truta. Deve ter sentido o aço!!

Deixando este spot, avancei mais para montante e entrei numa zona mais funda, mais desimpedida e também com menor força de corrente. Lançamento para a outra margem, comecei a recuperar lentamente, e quando o minnow começa a descrever o arco para se encaminhar para a minha margem, sinto uma pancada abrupta na cana e vejo uma boa truta a andar de lado. Cravo com força e começo a trabalhar o peixe. A truta, sentindo-se bem cravada, tenta fugir na lateral, mas encontra rápida resistência do meu lado e então começa a enrolar a cabeça. Durante dois minutos, tento cansá-la e quando noto que já se começa a debater com menos força, coloco o camaroeiro dentro de água. Faço 5 passagens e à sexta consigo introduzi-la lá dentro. Uma linda truta do Tâmega com 42 centímetros. Um bonito exemplar!!

Terminada a captura, dediquei-me a verificar o estado do Black Minnow. Bastante danificado, mas com a cauda ainda a funcionar bem!

Estava eu entretido em melhorar o empate da amostra, quando olho para uma zona de areia e vejo uma ameijôa de rio bastante grande. Um exemplar de grande envergadura e que deve ser dos maiores que já vi. Para não deixar o momento em branco, resolvi tirar foto e colocar neste post. Uma ameijôa maior que muitas trutas que já tirei!!

Depois da primeira captura, voltei a bater rio, mas já com mais tranquilidade. O Black Minnow estava a trabalhar bem e eu ia tentando perceber onde é que as trutas poderiam estar … Num lançamento para montante, junto a zona de grandes pedras, vejo um exemplar com cerca de 40 centímetros a seguir o minnow. Veio quase até aos meus pés e depois desapareceu seguindo no mesmo sentido. Avancei ligeiramente e subi ao cimo de uma pedra. Lançamento para a outra margem. O minnow passa de uma zona de corrente para uma zona mais lenta e vejo uma sombra a subir do fundo e a fechar a boca. Cravo e vejo uma linda truta a dar de lado e a saltar fora de água. Seguro-a e tento impedir ao máximo que se meta em zonas complicadas. Ela tenta fugir para a corrente, mas eu, confiando no 0,18, empurro-a para a minha margem. Ainda ali andamos no puxa e estica durante dois minutos, mas quando notei que estava cansada, saquei o camaroeiro e coloquei-a lá dentro. Um outro bom exemplar do Tâmega com 38 centímetros.

Com o tempo a contar e duas boas trutas no palmarés, ainda fiz mais um pouco de uma corrente de seixo, mas sem resultados. Apesar de o dia até estar a correr bem e eu estar a desfrutar de uma sessão de pesca bastante interessante, tinha que arrancar para tratar de outro tipo de assuntos. Ficam para trás algumas boas trutas do Tâmega, mas se tudo correr bem, ainda passo por lá antes do final deste ano …

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.