Depois das primeiras 3 horas de pesca no Coura, começaram a surgir as primeiras hordas de pescadores e, como tal, o ambiente tornou-se insustentável para se poder pescar ao spinning com calma. Perante isto, houve que pegar no carro e começar a trilhar estrada à procura de algumaa zonas que pudessem ter escapado à curiosidade dos artistas de abertura. Como de costume, a ganância é tanta que o pessoal acaba por se concentrar nos sítios que à partida parecem mais promissores, mas deixam de lado muita zona de primeira categoria.
Conhecedor desta tendência, resolvi palmilhar a estrada à procura do milagre. Nem foi preciso muito. Em pouco menos de 5 minutos, estava num buraco do Coura onde ainda ninguém tinha entrado. Apesar de ser um local bastante batido nas aberturas, não sei porque carga de água estava sem ninguém. Saio do carro, preparo a cana, já artilhada com um Powertail e toca a fazer a descida acentuada da margem. Em pouco menos de 3 minutos, estava junto à margem do rio e nem sinal de pegadas. Excelente!!
Primeiro lançamento, junto à saída de uma linha de água. Nada!! Segundo lançamento, na perpendicular à margem. O Powertail começa a evoluir e de repente sinto uma pancada, depois uma segunda e uma terceira. À quarta tento cravar, mas a truta não fica. Apenas vi a barriga branca a dar de lado dentro de água, a cerca de 25 metros de mim. Voltei a insistir com quatro ou cinco lançamentos no mesmo local, mas nem sinal. Mudei para rapala e procurei trabalhar o mesmo local, mas parecia que a truta tinha levado sumiço!!
Já sem grande esperanças, comecei a pescar um pouco mais para jusante. Lançamento atrás de lançamento e nada a mexer na água. Eis que farto de não ter resposta, resolvo meter a Tanger nº3. Pesco durante cerca de 20 minutos e nem sinal de truta. Entretanto, lembro-me do que se tinha passado ao início e resolvi voltar atrás. Lançamento com a colher, começo a recuperar e quando a amostra vem a passar no início certo, eis que a cana se dobra e vejo uma truta a saltar fora de água. Um lindo exemplar que finalmente se tinha rendido à Tanger. Com calma, deixei-a esticar fio, até porque havia espaço para isso. Aproveitei o tempo para ir tirando o camaroeiro que estava atrás das costas.
A truta é que não estava pelas medidas e arrancava continuamente de um lado para o outro. Fez de tudo para se tentar escapar, mas entretanto as forças já iam faltando. Assim, e aproveitando um momento de fraqueza, meti o camaroeiro na água e fui tentando fazer umas passagens. À sétima ou oitava, lá a consegui meter dentro da rede. Uma linda truta do Coura com 41 centímetros e bem alimentada, como se pode ver pelo lombo.
Com este exemplar, a abertura ficou praticamente arrumada. A satisfação de conseguir capturar um bom exemplar numa altura em que já não faltam pescadores nas margens é insuperável. Ainda tentei bater uma zona difícil, mas não demorei mais de 20 minutos. O local tinha sido bem batido por mim e tinha proporcionado aquilo que eu andava à procura: mais um bom exemplar!!
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