Como não podia deixar de ser, não faltei à abertura da pesca à truta nas barragens do Gerês. Mais do que uma jornada de pesca, este é sempre um momento de convívio entre amigos que tem apenas como pano de fundo a pesca à truta. Este ano, para não variar, resolvi avançar para mais uma pescaria na barragem de Sezelhe em companhia de vários amigos, entre os quais alguns do Porto, outros de Braga e um de Melgaço. Devido a constrangimentos temporais, a equipa dividiu-se inicialmente em dois grupos: o mais afoito, constituído por mim, pelo Ivo, pelo Bruno e pelo Tiago, e depois o grupo mais lento, composto por gente mais idosa, mais relaxada e que não se queria levantar tão cedo. Basicamente, uns vinham apenas para o petisco, enquanto os outros estavam ali para pescar.
Atendendo ao facto de o dia 1 ter calhado num sábado, antecipava-se a presença de muitos pescadores junto à margem da barragem e portanto nós resolvemos tomar medidas para não sermos apanhados desprevenidos. Desde logo, marcamos encontro em Sezelhe às 6h00 da manhã, avançando de imediato para as zonas mais promissoras de forma a guardar lugar. Ainda pensamos que conseguíamos escolher as melhores posições, mas rapidamente nos desenganámos, pois já eram muitos os que também tinham tido a mesma ideia, e que moravam mais perto. De qualquer forma, isso não impediu que eu marcasse uma posição muito próxima de um local que é o meu favorito. Estava equipado com cana de 1,8 metros, fio 0,12 e Mepps Aglia nº1. A ideia era fazer estragos logo no início, antes que a confusão se instalasse e as trutas entrassem em modo de não mexer.
Parado na margem da barragem, fui falando com alguns companheiros que se estavam a preparar e já se ouvia muita gente a lançar a amostra e também a bóia. Ainda não se via nada e já era notória a acção de pesca na zona. Eu lá me controlei e esperei pela entrada da luz e também pela hora legal, para começar a faina. A densidade de pescadores era incrível … demasiados para uma barragem não muito grande … Alguns chegaram mesmo a instalar-se ao meu lado, dizendo que não tinham licença, mas que depois iam tratar disso!! Isso é que é confiança!!
Entrando os primeiros raios de luz da alvorada e com a hora legal a ser alcançada, começaram a sair os primeiros lançamentos para dentro de água. Durante 10 minutos lancei seguido, sem qualquer toque. Parecia que não existia peixe dentro de água. Entretanto, quando a luz começou a entrar a sério na água, comecei a ver os primeiros sinais de peixe a superfície. Tinham que entrar!!
Lá fui insistindo e de repente pancada junto à margem. Cravo, começo a arrastar para mim, mas a truta solta-se!! Ainda não ia ser com aquela que ia safar a grade. Ao meu lado, ninguém a tirar nada à colher. Começaram a sair as primeiras trutas ao asticot. Lá fui malhando e malhando, e só passados 10 minutos é que voltei a ter novo sinal. Cravei uma truta e consegui tirá-la. A primeira do dia!! Mal saiu esta, começaram a sair umas trutas. Em pouco menos de 10 minutos, tirei 6 trutas, tendo devolvido uma por ser demasiado pequena, e depois tudo voltou a parar novamente. Entretanto, e também durante este período de tempo, o Tiago tirou uma boa truta de quase 40 centímetros, com a tanger.
Com tudo muito parado, fomos insistindo e tentando mexer alguma truta mais afoita. Mudando para o powertail e depois para o Black minnow, consegui fazer mais duas trutas durante a hora e meia seguinte. A situação era complicada e parecia que as trutas não estavam lá com a abundância de anos anteriores. Vários foram os pescadores que ao meu lado não tiveram qualquer toque!!
Já sem muita vontade de me manter parado, fui-me movimentado e falando com os meus companheiros de pesca. Estava quase na hora do petisco, mas antes ainda tínhamos que pescar junto ao muro para ver se conseguíamos mexer alguma coisa ao jigging. Excelente ideia!! Ainda passamos meia hora divertida a tentar as trutas, com muitos toques e nenhuma captura. Foi o aperitivo ideal para queimar as últimas forças antes do petisco. Brasas no ponto, carne e chouriça para cima e toca a comer e beber!!
No final, ainda deu para fazer uma foto com as trutas, mas pouco mais do que isso. A tradição tinha sido cumprida. Livrou-se a grade em Sezelhe e pouco mais se fez …

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