De passagem pelo Rio Marão

De passagem pelo Rio Marão

Recentemente, tive a oportunidade de passar pelo Rio Marão e como tal resolvi aproveitar para testar a qualidade das águas e sobretudo das trutas que as povoam. Passando tanta vezes pelo Ovelha e nunca tendo sequer molhado a linha no Marão, a curiosidade foi aumentando, até que este ano decidi quebrar o enguiço. Sempre tive a sensação de que o Marão era um rio com mais características para a pesca com isco natural, mas podia estar errado. Assim, e apesar de estar um dia quente e com bastante sol, achei que valia a pena arriscar.

Como o Marão é um rio gerido na maior parte da sua extensão em regime concessionado, as minhas expectativas eram grandes em termos de densidade de trutas, isto apesar de eu ter planeado pescar na zona livre. A minha esperança era de que os repovoamentos realizados levassem a que alguns exemplares se refugiassem mais a montante, especialmente os de maior tamanho.

Para atacar esta zona, resolvi levar o material de light spinning, com cana de 1,8 metros, fio 0,12 e Mepps Aglia nº1. As águas estavam demasiado claras para permitir outro tipo de abordagem.

Comecei a pescar eram 11h30. Depois de ter tirado umas trutas no Ovelha e de ter segurado a safra do dia, ia apenas verificar se o Marão tinha qualidade e como se comportava ao spinning.

Arranquei a pescaria numa zona de corrente. Primeiros lançamentos e primeiras trutas a mexer. Logo no segundo ou terceiro lançamento, tenho o primeiro toque, mas era pequena demais para se segurar no anzol. Mais uns lançamentos para a cabeça da corrente e quando a colher começa a rodar, cravo uma boa truta (para aquilo que estava à espera). Ela salta fora de água e arranca para jusante, colocando bastante tensão na linha e tentando meter-se nas ervas da margem. Lá me desloco para a acompanhar e tento meter-lhe a cabeça fora de água. Com calma, começo a trabalhá-la e em pouco menos de um minuto, coloco-a do meu lado. Uma linda truta de 24 centímetros do Rio Marão. A primeira, e logo nos primeiros minutos de pesca …

Com esta captura concretizada, resolvi avançar para jusante e entrar a uma zona de água mais parada. A ideia era ver se estava alguma truta mais afoita numa zona com forte cobertura vegetal. Lançamento para a outra margem, começo a recuperar, vejo duas trutas a seguir a amostra e de repente arranca outra da lateral e ataca. Foi só levantar a ponta da cana e controlar o exemplar até às minhas mãos. Uma linda truta com 21 centímetros.

Aproveitando o embalo destas duas capturas, fui batendo o troço de forma mais intensa, mas por alguma razão as trutas estavam mais esquivas. Via-se uma densidade razoável a mexer, mas a grande maioria fugia com medo do isco. Sinal de muita pressão de pesca, o que não admira, atendendo à boa densidade de trutas encontrada.

Assim, com a pesca a esfriar e o almoço a chegar, resolvi suspender a pescaria com pouco mais de uma hora de pesca. Gostei imenso desta experiência e penso que o Marão pode dar umas boas trutas, desde que as condições sejam melhores do que as que encontrei. Para já, fiquei bastante satisfeito com a densidade de trutas e sobretudo com o facto de ser poder pescar relativamente bem ao light spinning. Uma experiência a repetir!!

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.