Com a temporada já bastante avançada, ainda havia um local onde eu não tinha parado este ano: o Lima. Apesar de algumas notícias de capturas razoáveis a serem realizadas neste rio, a incidência e a pressão dos pescadores era de tal ordem, que nem dava vontade de parar. Assim andei até Junho, mas com o tempo a aquecer e menos gente a palmilhar rios truteiros, estava na hora de realizar a visita da praxe, mais que não fosse, para matar saudades.
Assim, e com um feriado à vista, resolvi combinar uma visita ao Lima em conjunto com o Bruno. O nosso objectivo era fazer um levantamento da densidade de peixe e sobretudo se este ano tinha havido alguma inversão da população de sáveis e savelhas, apesar de não as podermos pescar, porque a sua temporada já estava há muito encerrada no Lima.
Chegamos ao local previsto eram 7 menos 15. Eu cheguei um pouco mais tarde e o Bruno já estava com a cana preparada. Entretanto, já não faltava concorrência e portanto resolvemos avançar para os locais a bater. Nem sinal de peixe à superfície e o dia acordou com tempo quente e poucas nuvens. Um cenário nada favorável.
Para abrir as hostilidades, coloquei-me mesmo em frente ao açude, estando a concorrência mais para jusante e a malhar seguido. Iniciei a faina com a Tanger nº3. Lançamentos consecutivos para as diferentes saídas do açude, mas parecia que não havia peixe nas redondezas. Recuperação mais funda, mais lenta, mais rápida, etc. Fui tentando de tudo. Já descrente, olho para o Bruno e digo-lhe qualquer coisa enquanto ele avança para o açude. Volto a olhar para montante e mais um lançamento, que por conseguinte, acabou por me sair mal e caiu mesmo em cima de uma pedra. Comecei a recuperar e mal a amostra entra na água, sinto uma cravadela e levanto a ponteira da cana. Do outro lado, sinto um peixe nervoso e começo a trabalhar. Esquerda, direita, salto fora de água e verifico que estou perante uma truta de tamanho médio. Lá a consigo segurar com calma e sem grande novidade consigo colocá-la ao meu alcance. Uma linda truta do Lima com 27 centímetros que foi rapidamente devolvida à água. A primeira do ano no Lima!!
Depois desta captura, verifiquei que o cenário não era muito animador. Do lado do Bruno, nada e do meu lado, também mais nada a mexer. Havia que mudar de local e foi isso que fizemos. Avançamos para jusante à procura de um sítio mais promissor. À superfície, e com o aquecer do dia, já se viam alguns sinais de peixe, mas pareciam apenas serem barbos em actividade de desova.
Lá fomos malhando como podíamos e trocando de isco frequentemente para ver se se conseguia o milagre. Com tantas trocas, o Bruno começou a pescar mais fino e acabou por entrar no mundo das Mepps Aglia, o que acabou por dar, num golpe de sorte, duas savelhas de tamanho razoável. Ambas foram devolvidas à água, uma mais rapidamente do que a outra, mas em óptimas condições para sobreviver. Entretanto, trutas é que nem vê-las!! E com o dia a aquecer e o sol a colocar-se firme no céu, a vontade de pescar foi começando a esmorecer e começou a surgir a vontade de mudar de sítio.
No global, para primeira passagem pelo Lima, até que as coisas não estiveram muito más. Livrou-se a grade e ainda se viram algumas savelhas, se bem que o cenário está muito longe daquilo que existia antes da construção do açude de Ponte de Lima. Enfim, melhores dias virão e certamente que ainda se pode fazer alguma coisa antes do final da temporada.
You must be logged in to post a comment.