Mais um ano, e para manter a tradição, mais uma visita aos lotes do Rio Coura com um conjunto de amigos que já são habituais nestas andanças: Dr. Sousa Rodrigues, Dr. Manuel Pintalhão, Dr. Vasconcelos e Manuel Jorge. Depois das combinações do costume, arrancamos do Porto por volta das 6h15 e chegamos à porta do Restaurante Constantino, pelas 7h15. Depois de uma espera de 15 minutos, conseguimos ter acesso às licenças e marcamos logo o bacalhau para mais tarde. Infelizmente, houve um problema nas licenças que foram atribuídas a alguns elementos do grupo e portanto tiveram que se fazer ajustes ao plano de pesca.
O dia amanheceu com condições favoráveis para a pesca. Nuvens, temperatura amena e alguma ameaça de trovoada. Depois de prepararmos o material de light spinning, tivemos que proceder à distribuição dos pescadores pelos diferentes lotes. Com a alteração das licenças, a logística complicou-se e tivemos que nos dividir em três grupos, ficando eu sozinho num único lote. Enfim, íamos ter que trabalhar com algum improviso.
Verdadeiramente, a pesca começou eram 8 e pico. Iniciei a minha safra junto a uma Ponte do Coura e para tal recorri à minha cana de 1,8 metros e à típica Mepps Aglia nº1. Com pouca água e poucas correntes no rio, convinha apostar numa amostra ligeira que rodasse com mínima tracção. Os primeiros lançamentos foram pouco interessantes. Via-se uma ou outra truta a mexer, mas a zona era muito descoberta e já tinha sido bem batida.
Resolvi-me meter-me em locais mais difíceis de andar e com maior profundidade. Os lançamentos foram-se sucedendo até que consigo ter o primeiro sinal positivo. Uma truta entra à amostra, mal a colher cai na água e começa a rolar. Cravou-se sozinha e ainda deu alguma luta, tentando fugir no meu sentido e meter-se nas raízes da margem. Lá a consegui segurar e depois de a cansar devidamente, coloquei-a ao meu alcance. Uma truta arco-íris de 24 centímetros. Claramente um dos exemplares fugidos do viveiro.
Depois desta captura, senti-me mais aliviado e a pesca foi correndo de forma mais tranquila, isto enquanto se começava a ouvir os primeiros anúncios de trovoada. Lá fui tentando o meu melhor e procurando focar-me nos sítios menos batidos. A estratégia começou a dar resultado e as trutas começaram a sair de forma quase contínua. Em pouco mais de 2 horas, por entre ameaças de chuva e trovoada, tirei mais de 20 trutas. Uma grande parte delas sem medida, mas nem por isso menos bravas na altura de se renderem ao pescador. Foi emoção atrás de emoção em cada local diferente.
A situação era de tal ordem favorável que até as bogas colaboraram e começaram a sair. Estavam claramente em regime de desova e atacavam frequentemente a colher. Tirei três, mas só tirei foto da maior.
Chegado perto das 12 horas e mais do que satisfeito com aquilo que tinha conseguido fazer, resolvi fechar o tasco e juntar-me ao resto da equipa. Não valia a pena continuar a malhar até porque já tinha esgotado o meu lote. Só sobrava tempo para avançar para o restaurante e tratar do programa seguinte: o almoço. O resto da equipa ainda tirou duas ou três trutas, mas também foram dividindo o tempo entre a pesca e o convívio.
No global, foi mais uma boa jornada a demonstrar que os lotes do Coura ainda estão em bom nível. Este ano já não devo lá voltar, mas para o ano lá estarei outra vez!!
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