Conhecido como um dos grandes rios truteiros da zona centro do País, é com tristeza que verificamos que o rio Côa está neste momento a atravessar uma seca relativamente grave e que é claramente mais notória na zona do Sabugal, a jusante da Barragem. Efectivamente, passei neste local no final da semana passada e fiquei verdadeiramente decepcionado com aquilo que vi. Falta de água corrente, muita concentração de limos verdes dentro de água e muita vegetação à superfície. Apenas os açudes conseguem ter alguma profundidade e naquele que observei, não se via qualquer tipo de peixe, nem dentro de água, nem a mosquear à superfície.
Este cenário, que se repete por muitas outras zonas do nosso País está a colocar em causa a sobrevivência de uma grande parte da fauna piscícola, e nomeadamente das trutas. Em zonas de maior altitude ou onde existiam pequenos ribeiros que albergavam trutas indígenas e nunca foram alvo de repovoamento, são notórios já os enormes estragos com áreas totalmente secas e muita truta de pequena dimensão morta.
De qualquer forma, e apesar deste cenário dantesco, pouco se pode fazer a não ser esperar e pensar numa nova política de gestão dos cursos de água, onde a reconstrução de açudes pode ser uma arma eficaz para contrariar este estado de coisas. Enquanto nada disto se faz, convinha activar desde já um maior nível de investimento nos viveiros de trutas em funcionamento para garantir que no próximo ano temos uma produção acima da média que garanta o abastecimento de muito curso de água nacional. Se nada for feito, acredito que vamos notar reduções bastante significativas nas populações de trutas nos próximos anos. Algo que convinha evitar a todo o custo!!

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