Com menos de um mês no calendário para chegarmos ao dia da abertura, são muitos os que já se começam a perguntar como é que vai ser este ano. Efectivamente, o cenário não é nada promissor, depois de tanta falta de chuva e de tanto excesso de alteração legislativa no sentido de restringir a actividade do pescador lúdico.
Se ainda existia esperança de que o início de ano fosse promissor do ponto de vista de chuva, então essas esperanças podem começar-se a desvanecer de forma quase definitiva. Depois de olhar à previsão de cerca de um mês do site Accuweather para o Norte de Portugal, verifico que vamos apenas ter alguma chuva esporádica e de intensidade relativamente reduzida. Isto irá nos permitir chegar ao dia da abertura com os caudais que temos hoje em dia, ou, se calhar, ligeiramente inferiores. Adicionalmente, a temperatura andará em termos médios entre os 6 e os 14 graus centígrados. Com este cenário, é previsível que as condições meteorológicas para ir à pesca sejam razoáveis, pelo menos para desfrutar de um bom dia convívio. Aliás, as previsões para o dia 1 de Março, apontam para um dia com sol e algumas nuvens e com temperaturas a oscilar entre os 9 e os 15 graus.
Quanto a capturas e níveis de actividade das trutas, não sei ainda muito bem o que esperar. A falta de chuva, os incêndios e a falta de gestão dos cursos de água devem dar uma forte machadada na pesca à truta durante este ano. A mortandade causada pelas cinzas, as péssimas condições para a desova e o acumular de anos sem controlo das densidades deve levar as populações de trutas a situações bastante complicadas, sobretudo em rios do interior. Só mesmo nos locais onde se realizem repovoamentos, e nesses apenas, é que podemos antecipar algumas boas capturas. Portanto, o conhecimento sobre as sessões realizadas e os locais das mesmas, vai ser informação preciosa para permitir safar algumas grades. Isto não quer dizer, obviamente, que não existam alguns cursos de água onde as populações de trutas se mantenham relativamente estáveis, mas esses casos serão sobretudo a excepção.
Quanto aos grandes cursos de água, o efeito das barragens deve ter permitido resguardar muita da população truteira, mas nesses locais o problema surgiu recentemente com a proibição da pesca lúdica em zonas de pesca profissional, sendo o problema mais grave, aquele que se verifica no Lima, onde a pesca lúdica não pode ser exercida na grande maioria do seu curso. O troço médio e alto do Cávado ainda se safa e o Minho continua a funcionar em pleno com base em legislação autónoma.
Com todo este cenário à nossa frente, importa desde logo aproveitar o tempo que ainda nos resta para nos informarmos melhor sobre a nova legislação e tentar encontrar informação credível sobre a realidade dos nossos rios. Se já era difícil pescar às trutas em Portugal, então, pelo andar da carruagem, ainda vai ficar mais difícil e só mesmo os mais motivados é que vão ter capacidade para ficar. Com menos peixe, menos locais para pescar, mais restrições, licenças mais caras e mais fiscalização (pelo menos anunciada), é preciso ter muito vício para continuar a voltar ano após ano às margens dos rios para pescar de forma lúdica. Vamos lá ver quantos se mantêm este ano!!
Mais para frente, darei mais novidades sobre as condições a esperar no dia da abertura. Esperemos que até lá, chova muito mais do que o que está previsto!!

Sr. Mário, já a algum tempo, que ando a pensar tirar a licença de pesca profissional. É Possivel? Como Tirar? Aguardo
Olá Mariachi. Tudo bem?
Não sei se é possível tirar a licença de pesca profissional sem estar colectado nas finanças, nem sei quais são os requisitos. De qualquer forma, a prática de pesca profissional não permite a retenção de trutas, mas permite pescar no Lima e reter saveis e savelhas, também no Lima.
Enfim, é uma hipótese, mas tem que ser bem analisada. Só mesmo o ICNF é que te pode esclarecer.
Abraço