Trutas com os primeiros raios de sol!

Trutas com os primeiros raios de sol!

Depois de chuva e mais chuva, eis que este fim de semana surgiram os primeiros raios de sol e os primeiros sinais de acalmia para quem, como nós, frequenta as margens dos rios. Assim, e tentando aproveitar ao máximo esta oportunidade, resolvi combinar uma pescaria com o meu amigo Bruno Ferreira num sítio especial. A fome de trutas tem sido muito grande este ano e portanto nós tínhamos que atacar um sítio bastante resguardado e ainda relativamente desconhecido para conseguir realizar algumas boas capturas.

Meu dito, meu feito. Às 7h30 da manhã, já estávamos em pleno local preparados para começar. Água não faltava, mas atendendo às boas condições que se começaram a manifestar desde manhã cedo, era notório que a visibilidade era boa e que ainda podia melhorar substancialmente durante o dia. Como o cenário actual não anda para brincadeiras, resolvi começar com a Tânger, enquanto o amigo Bruno enveredou pelos minnows. Começamos a pescar com material de heavy spinning e a tentar lançamentos largos, mas nada mexeu na primeira hora de pesca. Não se via grande sinal de peixe. Apenas um ou outro movimento ligeiro à superfície que não dava para ver do que se tratava.

Finalmente, e depois de malhar bastante, o Bruno tem o primeiro toque no minnow, já com o sol bem levantado. Perguntei-lhe e disse que era uma boa truta, mas tinha-se descravado. Acreditando que poderia ter sorte onde ele não teve, lancei a colher para o local onde o toque aconteceu. Primeiro lançamento, nada. Segundo lançamento, nada. Terceiro lançamento, tenho contacto forte e consigo cravar. A truta começou a fugir na lateral e eu fui tentando puxá-la no meu sentido. Foi perceptível que ela estava à procura do fundo e de algumas raízes de árvores para me cortar o fio. Lá a fui trabalhando no limite da linha e com algum calma consegui trazê-la a bom porto. Uma linda truta de 42 centímetros com umas pintas pretas de grande qualidade. Um verdadeiro achado e uma verdadeira oferta do Bruno, a quem agradeci devidamente.

Com esta truta do meu lado, fiquei mais descansado, porque a grade já estava safa. Agora o encargo ficava do lado do Bruno. Ele manteve o minnow e avançámos para o troço seguinte. Lançamento atrás de lançamento e o Bruno tem outro toque no minnow, mas a truta não crava. Ele conta-me o sucedido, eu avanço para o local e logo no primeiro lançamento à colher, outra truta cravada. Esta mais pequena, com cerca de 25 centímetros, mas nem por isso de menor qualidade. Mais uma para a contagem!!

Com a incerteza a surgir na cabeça do Bruno, no que diz respeito à eficácia do minnow, avancei ligeiramente para montante e num lançamento transversal à margem, tenho um toque. Volto a insistir com um lançamento mais largo e consigo tirar outra truta de aproximadamente 30 centímetros. Mais uma captura, que desta vez encheu as medidas do Bruno e obrigou-o a mudar de estratégia. Toca a meter uma tânger número 3 na ponta da linha!!!

Entretanto, tínhamos chegado ao final do primeiro percurso e portanto tivemos que mudar de sítio. Voltamos para o carro, comemos alguma coisa e depois de algumas peripécias avançamos para um novo local bastante promissor. O Bruno com a colher e eu já satisfeito com as minhas capturas, decidi meter o powertail de 12 gramas. Uma aposta completamente errada, pois mal o Bruno entrou no spot, tirou logo uma truta de cerca de 47 centímetros. Um lindo bicho de grande categoria. Entretanto, eu sentia toques estranhos no powertail, possivelmente com a cabeça, mas sem abrir a boca. Nos 10 minutos seguintes, o Bruno tirou mais duas trutas e eu fiquei a ver navios!!

Já farto de insistir no powertail, reverti para a colher e voltei ao mesmo sítio onde inicialmente tinha utilizado o powertail. Lançamento largo, começo a recuperar e a cana fica imediatamente dobrada. A colher tinha feito novamente estragos!! Tive que dar alguma linha e alguma folga no carreto, mas apenas a suficiente para trazer a truta com calma até às minhas mãos. Uma linda truta de 37 centímetros faturada!!

Já bastante satisfeitos com a nossa pescaria, ainda fomos tentar um último local onde entrava uma boa linha de água. Lançamentos sucessivos, até que finalmente consigo cravar uma truta de bom tamanho numa zona com madeira seca à superfície. Um lindo exemplar de 40 centímetros que pôs fim a uma boa jornada de pesca. Eram 15h30 quando demos por finalizada a expedição.

No global, esta foi a primeira pescaria a sério do ano. Primeiras condições normais, boa actividade das trutas e capturas qb. Um bom presságio para nos forçar a voltar às margens dos rios!!

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.