Depois de um dia duro de pesca no rio Côa, que resultou na captura de uma boa truta, resolvi voltar à carga, mas desta vez à procura de algum exemplar mais afoito que estivesse perdido num dos afluentes deste grande rio. O meu tempo para pescar, não era muito, já que apenas dispunha do espaço da manhã, mas de qualquer maneira, isso não me impediu de fazer uma viagem ainda prolongada. Ia atacar um dos afluentes menos conhecidos e valorizados do Côa, mas também aquele onde já realizei a maior pescaria de sempre de trutas, no mais curto espaço de tempo!!
Felizmente, as condições climatéricas com que me deparei na manhã desta jornada eram muito melhores do que aquelas que tinha experienciado no dia anterior. Céu menos carregado e menos frio. Mesmo assim, ainda tive que usar luvas de manhã. Comecei a malhar com isco pesado, ainda no Côa, eram cerca das 8 da manhã. O rio parecia que fumegava, devido ao frio da noite anterior, e nem sinal de trutas. Lançamento atrás de lançamento, cheguei à foz do afluente e comecei a subi-lo lentamente. Devido ao menor caudal, tive que reduzir o tamanho da amostra para uma tanger nº 2.
Lá fui insistindo nos melhores locais e só passados 45 minutos é que me pareceu ter visto um vulto pequeno a dar a volta quando a colher caiu na água. É que nem quis saber!! Pareceu-me truta … mas não consegui confirmar. Pelo menos, já tinha tido sinal de peixe, que é sempre um problema na zona do Côa, porque há dias em que nada mexe.
Depois deste sinal, redobrei a atenção, porque podia estar perante a possibilidade de ter um ataque. Lançamentos mais longos, maior precisão e fui palmilhando cada metro de ribeiro. Entretanto, chego a uma primeira corrente forte com alguma profundidade. Lançamento para montante, a colher começa a rodar e quando chega a meio do percurso, sinto uma pancada forte e vejo uma boa truta a enrolar-se. Cravo com força e levanto a cana. Estava na altura de a tentar segurar. Ela arranca para jusante e começa a levar algum fio, mas eu como estava com 0,18, tento segurá-la. Consigo e ela inverte para montante. Entretanto, vou descendo lentamente para a margem e saco do camaroeiro. A truta ainda não se tinha rendido e continuava a tentar fugir para montante. Lá a fui segurando como podia, enquanto coloco o camaroeiro na margem. Depois tive que a tentar arrastar até à rede. Só passado 7 tentativas e dois minutos é que consegui levar a minha a bom porto!! Uma linda truta de 42 centímetros num afluente do Côa. Uma truta com muito bom porte e muito bem alimentada.
Depois desta captura, que claramente safou a grade, ainda fiz mais um pouco do troço para montante, mas sem resultado. Parecia que não havia mais nenhum peixe. Entretanto, o sol foi subindo no céu e as sombras começaram a cair sobre a água. O cenário mudou e o tempo que eu tinha disponível também já estava a acabar. Fiz mais alguns lançamentos e em pouco tempo já estava a rumar ao carro.
No global, valeu bastante a pena revisitar este afluente do Côa. Pena não ter tido mais tempo, mas conto voltar lá o mais rapidamente possível, porque me ficou muita curiosidade para ver o que anda ainda mais para montante….
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