Recentemente, eu e o grande Mota andámos a malhar numas boas perdizes nas margens do Noéme em local a não divulgar, porque ainda há muitos estragos por fazer. De qualquer forma, sempre que cruzamos o Noéme para mudar de local de caça, a conversa volta sempre ao mesmo. O rio tem condições ideais para albergar boas populações de trutas e sobretudo para ser um local de criação para as trutas do Côa. Antigamente, este rio era conhecido por proporcionar grandes jornadas de pesca e até por manter uma boa população de trutas a jusante da sua confluência com o Côa. No entanto, nos últimos anos, a poluição que vem da Guarda tem matado lentamente este rio e hoje em dia tornou-se num local praticamente sem vida. Mesmo assim, o Mota ainda me disse há poucos dias que tinha visto um peixe a mosquear num poço que lhe parecia claramente uma truta … Será milagre? Será que já há alguma coisa a acontecer? Pareceu-me bom demais para ser verdade. De qualquer forma, esta observação merece sempre uma investigação mais a fundo, já em 2019!!
Mas porqué esta conversa sobre o Noéme agora? Por três razões, porque ando a caçar nas margens do mesmo e sinto que há ali uma grande mais valia desperdiçada, porque foi lançada recentemente uma estratégia municipal para a despoluição deste rio e também, porque recentemente se verificou mais um episódio lamentável de poluição neste curso de água.
Assim, é de louvar a iniciativa do município da Guarda de investir um milhão de euros na estratégia de despoluição deste curso de água. É um processo que merece o nosso apoio e que finalmente pode melhorar significativamente as condições do Noéme, voltando a trazer as trutas a este rio. Para saberem mais sobre esta iniciativa, podem consultar o link abaixo:
Estratégia de despoluição para o Noéme e Diz
Mal estas boas notícias saem para a opinião pública, eis que surge mais um episódio inexplicável de poluição de uma das ribeiras afluentes do Noéme geradas no Parque Industrial da Guarda. Para mais informação, nada como consultar o link abaixo:
Poluição em Ribeira da Guarda
Com tudo isto a acontecer quase em simultâneo, gera-se uma enorme confusão sobre aquilo que se pretende efectivamente fazer para salvar o rio Noéme. Parece-nos claro que por muitas boas intenções que o município da Guarda tenha, pouco irá acontecer no terreno senão se mobilizarem todos os parceiros intervenientes neste processo, de forma directa e indirecta, incluindo a própria indústria. Depois de anos a poluir sem qualquer consequência, está na altura de começar a sensibilizar primeiro e a multar depois. Só assim, podemos evitar que esta espuma chegue aos rios como o Noéme ou, mesmo o Côa, como no caso das fotos que tirei há alguns anos atrás.
O que eu verdadeiramente quero é o Noéme despoluído para torná-lo numas das minhas opções de pesca à truta, porque para as perdizes já o é. Só espero que da próxima vez que lá passe, e não há-de tardar muito, comece a ver alguns frutos da estratégia do município da Guarda 🙂 🙂
You must be logged in to post a comment.