Lúcios e achigãs no Sabor …

Lúcios e achigãs no Sabor …

Já há algum tempo atrás, em pleno Março, decidi tirar um dia para realizar uma visita à Barragem do Sabor para tentar ver se conseguia mexer algum lúcio (Esox). Com várias histórias a correr de boas capturas, estava na altura de me estrear na captura de algum destes predadores. Para tal, equipei-me a rigor com estralhos de aço e Black Minnows de 15 centímetros. Também decidi chegar ao local de pesca o mais cedo possível, dentro do limite permitido pela lei. Tinha que ser o primeiro a malhar nas zonas que me pareciam ter maior potencial.

Assim, e depois de uma longa viagem até ao meu local de destino comecei a distribuir lançamentos. O dia estava a amanhecer com algum frio, mas sem ponta de nuvens. Sentia-se um pouco de vento de vez em quando, mas nada que pudesse afectar substancialmente a acção de pesca. Os primeiros lançamentos saíram numa pequena enseada onde saía uma pequena linha de água. Nem sinal!! Fui avançando lentamente e mais do mesmo. Entretanto, comecei a entrar numa zona com lenha dentro de água e comecei a ver alguns achigãs de bom tamanho a mexer-se, mas a manter a distância de segurança. Isco com tamanho demasiado grande e a presença do estralho de aço não estava a ajudar. De qualquer forma, como o meu primeiro objectivo era o lúcio, resolvi manter o isco que estava a utilizar. Durante cerca de uma hora e meio coei água, até que cheguei a uma nova enseada, mas com menor profundidade. Realizo um lançamento e a amostra fica presa nuns ramalhos mesmo à minha frente, dou a volta à enseada para desprender a amostra, e depois de dois puxões, ela sai do ramalho e começa a evoluir na água. Continuo a recuperar e de repente, pára outra vez! Levanto a cana com força e do outro lado a linha começa a arrancar. Lá a tento segurar como posso, mas o carreto começa a dar sinais de que vamos ter luta. Efectivamente, há peixe do outro lado e a tentar arrancar para os ramos secos da margem. Lá o seguro como posso e depois de duas ou três corridas e cabeçadas secas, consigo colocar um lúcio de cerca de 82 centímetros aos meus pés. Um lindo exemplar a marcar a minha estreia!!

Depois desta captura, voltei ao marasmo do costume em qualquer toque, até que com o sol a subir no horizonte, resolvi mudar de estratégia. Tirei o estralho de aço e meti um minnow mais pequeno e mais pesado. A partir daí, a coisa mudou de figura. Entrei numa boa sequência de capturas, que duraram cerca de 2 a 3 horas. Os achigãs de 1k a 1,5 kgs começaram a sair e ainda tive a oportunidade de cravar mais um lúcio e consegui tirá-lo. No entanto, este lúcio deu uma luta descomunal comparado com o anterior. Saltos fora de água, um deles quase para cima de mim, arranques para zona com ramos secos. Enfim, cheguei mesmo a pensar que tinha perdido o peixe, quando ele se enredou num desses ramos, mas com calma consegui-o manobrar e colocar ao meu alcance. Algo de que nunca me vou esquecer, pois estive cerca de 10 minutos para o tirar quando se enredou. Valeu-me o 0,255 da Trabucco.

No global, e como podem ver pelas fotos, uma pescaria de grande nível e a repetir assim que possível. Nunca tinha capturado um lúcio de tamanho razoável e fiquei viciado com a forma como lutam e se defendem. Uma experiência a repetir brevemente e não vai tardar muito 🙂 🙂

Related Posts with Thumbnails


Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.