Num buraco do Gerês ….

Num buraco do Gerês ….


Depois de uma manhã bem passada em Sezelhe, com muita acção e poucas capturas, resolvemos ir à procura de um local para fazermos uma perninha durante a tarde. Como não tínhamos muito tempo livre para regressar aos nossos lares, havia que escolher um ponto crítico para se realizar algumas capturas. Assim, e depois de muito pensar, avançamos para uma saída de um pequeno ribeiro numa massa de água do Gerês que costuma ser sempre esquecida pela grande maioria dos pescadores.

Para tentar a sorte naquele local, resolvi apostar num minnow de 7 centímetros, enquanto os meus companheiros foram alternando entre colheres pesadas e rapalas. Os primeiros lançamentos foram saindo e eu comecei a ter as primeiras sensações com toques muito ligeiros, logo ao início das recuperações. O Ivo também teve um primeiro toque com a colher, mas o peixe parecia estar relativamente tímido. Para tentar inverter o cenário, resolvi atrasar ainda mais as recuperações e deixar afundar bem. Foi uma estratégia correcta, e depois de mais alguns toques, tive a primeira cravadela que segurei com um puxar forte da cana. Do outro lado, sentiam-se cabeçadas e alguma luta, e ainda tinha dúvidas sobre o que poderia ser, até que o peixe chegou perto da margem e da superfície, e eu deparei-me com um lucioperca de 43 centímetros, que não se queria render facilmente. Ainda tentou uma ou outra habilidade, mas rapidamente deitei-lhe a mão. Já não ia fugir!!

Depois desta captura, mantive o esquema de pesca e avancei para mais lançamentos. Entretanto, o Ivo, ao meu lado, captura uma truta de cerca de 34 centímetros com uma colher Tânger. Um lindo exemplar que ainda deu alguma luta, mas que ele segurou bastante bem. Depois disto, fui insistindo e avançando ligeiramente ao longo da margem, até que consigo uma segunda cravadela, em tudo idêntica à primeira e que se transformou em mais uma captura de um lucioperca, desta vez com cerca de 47 centímetros.

Com os luciopercas a sairem, os meus companheiros de pesca começaram a meter o minnow e a lançar perto de mim. Eis que a sorte sorri ao Ricardo Lima e ele consegue também capturar um lucioperca de tamanho similar àqueles que eu já tinha tirado. Não baixando os braços, volto à carga e capturo mais um lucioperca de cerca de 40 centímetros, antes de eles fecharem totalmente a boca. De facto, de um momento para o outro, e apesar da nossa insistência com lançamentos contínuos, os luciopercas pararam completamente de comer. A festa tinha acabado!!

No global, fiquei impressionado com esta primeira movimentação dos luciopercas e com a forma como não se deixavam levar, impondo alguma combatividade. Parece-me um bom sinal que certamente não deixarei de explorar no futuro. Assim, e quando surgir oportunidade, voltarei para uma visita com mais tempo!! Com as águas a aquecer, também deverá aumentar o nível de actividade destes peixes …

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.