Manhã de chuva no Rio Coura e afluentes.

Manhã de chuva no Rio Coura e afluentes.




Durante as últimas chuvadas de Abril, resolvi realizar uma visita relâmpago a uma zona do Rio Coura. A ideia era tentar capturar algum bom exemplar de truta, pois as condições de caudal e pluviosidade eram as ideais. Cheguei ao local de pesca por volta das 7h00 da manhã. Nem sinal de pescadores e apenas se ouvia a trovoada a romper ao longe e o barulho da chuva a cair por todo o lado. Depois de me equipar convenientemente e de meter um black minnow, resolvi atacar o primeiro troço. Era ali que elas tinham que estar, mas nem sinal à superfície!!

Durante a primeira meia hora, bati os primeiros locais e consegui ter um toque mesmo encostado à margem. Nesse local, já tinha tido outros toques em incursões passadas e a truta continuava a fazer-se de difícil. Não era pequena, mas também não era desta vez que eu ia tirar. Ficava marcada para a próxima.

Depois deste primeiro sinal, continuei a bater de forma bastante regular, mas nem sinal. Já desesperado, resolvi trocar de isco e meti uma tânger nº 3 prateada. Mesmo assim, de nada valeu e no primeiro local fiquei a zeros. Perante esta primeira hora e meia sem resultados, movimentei-me para o troço seguinte. A chuva continuava e a trovoada ia-se aproximando e afastando. Ia tentando gerir a situação, até porque não era muito fácil de sair da margem onde me tinha metido.

Já no novo troço, mantive a colher. Lá fui lançando em zonas de maior corrente, mas mais do mesmo. Já a atingir o limite, chego a um pequeno fundão com alguma corrente. Lanço para a outra margem, a colher cai por entre as árvores e começo a recuperar. Depois de fazer o primeiro metro, a colher desaparece e eu cravo instintivamente. Rapidamente, vejo uma sombra vir à superfície e a nadar forte a contra corrente. Aperto o carreto e a sombra começa a subir para me permitir ver do outro lado uma boa truta com peso entre os 1,5 e 2 kg. Lá a tento segurar nas primeiras fugas e depois lentamente, começo a arrastá-la para os meus pés. Ela vai dando luta e quando entra na minha margem, dá uma forte cabeçada e a amostra dispara no meu sentido. O triplo da colher tinha descravado e só me restou ver esta grande truta a desaparecer lentamente com a corrente. Tinha tido sorte!

Rapidamente me recompus e voltei a faina, mantendo a tânger. Corrente seguinte, lançamento para a outra margem, ligeiramente para montante, e quando a colher passa pelo centro do rio, vejo uma sombra a subir e dar um toque leve na colher. Mais uma truta de kilo que só veio dar uma cabeçada na colher, para depois arrancar de vez para jusante!! Já estava a ser demais!! Bem tentei lançar nas proximidades para ver se tinha ficado por perto, mas não!! Deve ter sentido o ferro!! Duas boas trutas perdidas em menos de 30 metros.

Depois destas duas situações, voltei ao marasmo inicial. Nenhum sinal de truta. Ainda bati o troço durante mais uma hora, mas o resultado manteve-se. Para safar a grade, tive mesmo que visitar um afluente do Coura que se encontrava ali perto, onde consegui facturar duas trutas de pequeno tamanho com uma colher Mepps. Foi só mesmo para ver se os anzóis das colheres ainda cravavam 🙂 🙂

Com a hora do almoço a chegar, dei por finalizada a faina. Aquilo que podia ter sido uma manhã memorável, acabou por não ter qualquer resultado prático. Não por falta de trutas, mas sim pelas circunstâncias normais da pesca. As condições estavam bastante boas e desta vez a sorte tinha sorrido às trutas. No entanto, os locais estão marcados e prontos para a próxima visita. Vamos ver se a sorte muda … ou não!!

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.