Dia 2 de Junho de 2019. Mais uma data a não perder na minha agenda de pesca à truta. Abertura às trutas na lagoa do Vale Rossim. Depois do relativo fracasso da abertura na Lagoa Comprida, as minhas expectativas não eram altas, mas pelo menos o cenário do ponto de vista climatérico era diferente. pois o tempo estava muito mais quente e não existia qualquer vestígio de neve na Serra da Estrela. Isso, à partida, só poderia significar melhores condições para termos mais actividade da parte das trutas, pelo menos na teoria, já na prática íamos ver o que ia sair!!
Tal como previsto, cheguei à lagoa por volta das 6h00 da manhã, mas pelos vistos já estava atrasado, pois não faltavam carros estacionados e gente já em plena faina. Muitos ao spinning, mas também gente a pescar à bóia com vários iscos, desde minhoca, a asticot, peixe vivo, peixe morto, etc – as tais amostras artificiais que vêm no edital!! Tudo como dantes no quartel de Abrantes!!
Com vários lugares ocupados, preparei-me rápido e avancei para o único local relativamente livre que era o muro da barragem. O nível da água estava alto e muito acima das aberturas dos dois anos anteriores. Para começar a atacar, peguei na cana Daiwa Ninja de 2,7 metros, carreto Daiwa Exceler 3000, fio 0,18 da Trabucco e Black Minnow de 7 centímetros (cor rosa). Os primeiros lançamentos saíram junto ao muro e próximo da margem. Dali podia ver quase toda a barragem e era notória a movimentação dos pescadores que já estavam a fazer os primeiros lançamentos, muitos deles à colher. Primeiros 20 minutos, nada. Nem toque. Os restantes pescadores também nada e já se via aspecto de luz na água. Mau sinal!! Entretanto, troco algumas palavras com os primeiros pescadores que passam por mim … repovoamento, mas poucas trutas e grandes, tal como na Comprida. Enfim, a piorar ainda mais o cenário!!
Bem, toca a lançar ainda mais!! De repente, realizo um lançamento longo, deixo afundar, vou para recuperar e sinto a amostra presa. Cravo instintivamente (ainda pensei que fosse arbusto) e do outro lado tenho resposta com a cana a vergar. Começa a luta e abro o carreto. A truta demonstra ter um peso respeitável, mas não me coloca muitas dificuldades. Apesar de ter aproximadamente 2 kilos, é encostada ao muro em pouco menos de 2 ou 3 minutos. Entretanto, o resto da malta abre os olhos e está na altura de a colocar em terra. Estando no muro e com muita vegetação na margem, comecei a temer pela fase final da captura, mas tinha que ser. Lá a arrastei durante mais de 40 metros e na parte final, dei-lhe linha para se afastar da vegetação. Depois de a linha passar os arbustos, foi só arrastá-la para a margem. Estava resolvido o primeiro problema do dia (a grade) com uma truta arco-íris de bom peso, mas com pouca energia.
Entretanto, e quando pego na truta pela primeira vez, vejo um outro pescador a vir ter comigo com uma truta superior a 70 centímetros (fario) e com um peso de cerca de 4 kg (também tirada na mesma altura). Tiramos uma foto em conjunto e ficamos bastante satisfeitos por sermos os primeiros a molhar a sopa. Com a captura completamente finalizada, voltei ao ponto de início para continuar a minha faina. A verdade é que não voltei a sair do muro. Fui trocando de isco e realizando mais capturas. Tirei a truta seguinte com um powertail de 7 centímetros, depois a outra com uma colher tânger número 3 e a última com um minnow de 9 centímetros que uso para os luciopercas. Cheguei mesmo a tentar o minnow de 12 centímetros e 18 gramas nas zonas mais fundas, mas apenas tive dois toques. Não devia ser bicho pequeno, pois eu estava a deixar afundar entre 30 segundos a 1 minuto, antes de começar a recuperar!!
As trutas seguintes não saíram todas imediatamente. Foi mais ou menos uma truta por hora, com o resto do pessoal a coar água ao meu lado e nas margens mais próximas. Não cheguei a perceber se o problema era a falta de trutas ou as condições meteorológicas ou da lua. A verdade é que o cenário não estava nada fácil e conseguir 4 trutas era coisa muito rara por ali. A maior era bastante gorda e pesou cerca de 3 kg.
Cerca das 10h30, deixei de ter toques. Via-se algum sinal pontual de movimento à superfície, mas estava tudo muito parado. Ainda insisti mais um pouco, mas tive a noção clara de que estava a perder tempo. Com o sol instalado e a visibilidade elevada dentro e fora de água, tornava-se difícil pensar em capturar mais alguma coisa. Andava toda a gente a coar água. Lá fiz mais uns lançamentos e tentei mudar para a margem, mas era só para passar o tempo. Ainda passei por um pescador que disse que tinha avistado uma truta de 4 kilos, mas nada mais. Às 11h30, já estava na estrada.
Enfim, mais uma abertura em Vale Rossim, mas com falta de densidade de trutas, nomeadamente médias. O repovoamento com trutas grandes (e poucas) e em zonas onde não faltam escalos, colocam sempre grandes dificuldades ao pessoal do spinning. As trutas estavam de barriga cheia, como se pode ver pela foto, e só atacavam depois serem muito chateadas pelos iscos. Isto quando atacavam!! De qualquer forma dentro deste cenário, fiquei bastante satisfeito com o que me calhou em sorte. A repetir no próximo ano 🙂 🙂
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