No final do mês passado, e na sequência de uma viagem rápida a Figueira de Castelo Rodrigo, passei novamente pela zona do Sabor e, como não podia deixar de ser, tive que ver como andavam as águas. O dia não estava muito favorável para a pesca, com céu limpo, sol, calor e algum vento, mas era sexta-feira e isso poderia significar menor pressão de pesca semanal. Para a tarefa, equipei-me com cana de pesca de 2,7 metros (Daiwa Ninja), carreto Daiwa Exceler 3000, fio 0,18 da Trabucco e Black Minnow de 9 centímetros. O de 12 parecia-me demasiado grande atendendo às condições do dia e o de 7 demasiado pequeno.
Depois de uma pequena deslocação junto à margem da barragem, comecei a malhar. Logo no primeiro lançamento, sinto um toque mal a amostra caiu na água e comecei a recuperar. Era peixe, mas não sabia exactamente o quê. Depois foram 20 minutos a coar água. Fui evoluindo lentamente junto à margem e cheguei a uma zona onde costumo sempre tirar uns bons luciopercas. De facto, acertei no local e começaram-se a fazer os primeiros estragos. Recuperações superlentas e atenção à mínima prisão de linha para cravar com força. Com este método cravei quatro luciopercas em poucos menos de 10 minutos, com dois deles a merecerem uma foto. Já tinha qualquer coisa para trinchar …
Entretanto, o vento foi engrossando e os lançamentos foram-se tornando cada vez mais dificeis e começava a notar-se que eu já não consegui colocar a amostra no sítio com maior potencial. Perante esta situação, resolvi ir a uma pequena baía fazer uma breve insistência, até porque duas boas capturas já me chegavam para por a facturação em dia. Lembrava-me daquele local na última passagem, pois tinha tido ali um toque bastante forte e não tinha conseguido cravar. Poderia ser que hoje a sorte mudasse…
Primeiro lançamento, nada. Segundo lançamento, começo a recuperar e sinto a linha a ficar presa em algo. Cravo com força, sinto prisão do outro lado, sem qualquer cabeçada e noto algo de diferente, mas o que era descrava 5 metros depois quase à minha frente e a amostra sai disparada da água. Poderiam ser uns ramos secos a serem arrastados ou então outra coisa. Enfim, toca a insistir. Lançamento no mesmo local, recuperação lenta e exactamente perto do mesmo local onde o minnow tinha ficado preso, sinto outra vez o mesmo e cravo com força. Sinto que fica alguma coisa presa e levo a cana ao limite. Só que desta vez, há movimento claro do outro lado e sinto claramente que é peixe. O carreto começa a dar fio e a cana fica ao limite!! Adicionalmente, também sinto algumas cabeçadas bem fortes!! Bom assunto!!
Ainda sem ver nada começo a arrastar algo que me parece ter um bom peso, sendo que o meu maior medo era a linha ceder ou a amostra descravar. Fiquei com a noção que era lucioperca, mas não sabia ainda qual o tamanho do bicho. Não tardou muito a revelar-se. Com força máxima, consegui tirar o lucioperca dos ramalhos e colocá-lo à minha frente para ver um tronco descomunal a evoluir dentro de água. Era um bicho de bom peso e eu não podia facilitar. Aproveitando o facto de estar numa margem relativamente plana, tentei arrastá-lo para terra e com a calma necessária consegui levar o meu objectivo a bom porto, para depois ficar admirado com a cabeça e lombo enormes que estavam à minha frente: 87 centímetros para 6 kilos de peso!! Verdadeiramente impressionante. Não pela luta, que foi pouca para um peixe deste tamanho, mas sobretudo pelas características físicas do lucioperca.
Enfim, com esta captura, nada mais havia a fazer e dei por completa a jornada desse dia. Um bom troféu de 6 kg a abrir o apetite para mais incursões que se devem concretizar rapidamente!! Haja tempo disponível e se possível com o meu grande amigo Mota que é um expert nestas águas 🙂 🙂
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