Uma marisca no mar – perto de Afife

Uma marisca no mar – perto de Afife


Depois de vários anos longe da pesca apeada de costa, resolvi voltar a dar um perninha aos robalos e a outros peixes da nossa costa, apostando sobretudo nalguns iscos mais adequados à época que atravessamos, como são os vinis e os passeantes, nomeadamente os patchinkos. Como um dos meus destinos de eleição sempre foi a orla costeira do Minho, entre Viana do Castelo e Caminha, havia sempre aquele desejo de conseguir capturar uma truta marisca em pleno mar. Já tinha ouvido falar de várias capturas, já tinha visto algumas durante as sessões de caça submarina que realizei há alguns anos atrás e também já tinha visto algumas nas lotas da zona norte, portanto só ficava a faltar mesmo eu capturar uma e, de preferência, ao spinning.

Assim, num dia livre em meados de Junho, resolvi realizar uma incursão em Moledo, Vila Praia de Âncora e Afife. Depois de ter conseguido capturar um carapau de bom tamanho e um robalito na alvorada, resolvi rumar a Afife e resolvi apostar no Patchinko, sobretudo porque as águas estavam muito claras e com algumas algas aqui e ali. Portanto, parecia-me que esta amostra seria a ideal para trabalhar as zonas de espuma e de rebentação sem qualquer problema. Assim, entrei numa zona de rochas no pico da maré alta onde se formava alguma espuma considerável, que depois era arrastada para norte, pela corrente de superfície. Com este cenário, pareceu-me claro que o peixe estaria a comer a contra-corrente, aproveitando aquilo que estava a sair da zona de espuma e rebentação. Lancei a primeira vez o Patchinko para norte, e nada. Segunda vez, para oeste, e também nada. Terceira vez, lancei para norte novamente e encostei a recuperação mais à espuma. Depois de fazer cerca de 20 metros em recuperação tipo passeio de cão, encosto ainda mais à espuma e de repente vejo uma forma acastanhada a surgir como um raio atrás da amostra e a abrir a boca (eu estava a 5 metros de altura em cima de uma pedra). Foi só cravar à força toda!!! Do outro lado da linha, explosão total! Saltos fora de água, cabeçadas poderosas, arranques, novos saltos. Vi logo que era andamento demais para robalo e percebi que tinha ali uma boa truta marisca. Lá a cansei um pouco, mas atendendo ao facto que estava equipado com uma linha que tinha uma resistência de 12 kilos, nem lhe dei grande hipótese. Foi só levantá-la a peso, o mais rapido possível, e colocá-la nas minhas mãos. Uma linda truta que mediu 49 centímetros e pesou cerca de um kilo.

Depois desta captura, fechei a pescaria. Fiquei bastante satisfeito com a concretização de um sonho que me perseguia há vários anos e que não fica por aqui. Quero ver se volto a capturar mais alguns destes exemplares em pleno mar e se possível em dimensões mais generosas 🙂 🙂 Pareceu-me que a luta que a truta marisca dá no mar é muito superior aquela que dá no rio … Mas ainda tenho que pescar mais algumas para confirmar …

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.