Bons achigãs de Agosto no Sabor …

Bons achigãs de Agosto no Sabor …




Em pleno Agosto e com as temperaturas acima dos 30 graus, não faria muito sentido pensar em pescar alguns bons peixes. De qualquer forma, o período de férias propicia sempre algum tempo livre para se poder tentar a sorte, como tal e com a Barragem do Sabor a menos de uma hora de distância, tinha que realizar uma visita … até porque ainda me lembrava das capturas realizadas durante a última incursão. Para evitar o pior período de pesca (entre as 12h00 e as 16h00 – hora de maior calor), resolvi entrar no local de pesca pelas 6h15 para começar a malhar às 6h30.

Efectivamente, o plano correu bem e antes de o sol aparecer (mas dentro do período legal) já estava junto da margem da barragem equipado com passeante e preparado para arrancar os primeiros lançamentos. Viam-se vários movimentos de peixe à superfície e o panorama era animador. O passeante entrou em acção e mal caiu na água, o peixe deu sinal, com algumas tentativas de abocanhar o isco, especialmente nas paragens. Pelos ataques, parecia peixe pequeno, sobretudo achigãs. Enfim, pelo menos havia sinal e faziam estrondo na água! Cravar é que nada!

Fui insistindo e numa zona com mais lenha, paro o passeante, vejo vários achigãs pequenos a avançar para o isco e de repente uma sombra ataca do lado direito com força extrema. Cravou de imediato e foi só levantar a cana para içar o peixe directo para fora de água. Era um lúcio (esox) pequeno com cerca de meio kilo. Deu luta qb, atendendo ao material pesado que eu estava a utilizar. A primeira captura do dia estava realizada, mas nem sequer consegui tirar uma foto decente devido à baixa luminosidade.

Depois deste primeiro sinal, o céu foi se tornando rapidamente mais claro e eu fui continuando a insistir. Com o calor a surgir, tive a noção clara de que o peixe começava a afundar e tive que mudar de amostra. Deixei de lado o passeante e avancei para os peixes artificiais e para os vinis. Assim, e numa enseada com um X-Rap de 6 centímetros consegui capturar um lindo achigã de 26 centímetros. Este sim, um peixe que já proporcionou uma boa foto. Era notória a presença de vários achigãs, nomeadamente de médio e de pequeno tamanho, em cardumes de reduzida dimensão. Respondiam bem e seguiam o isco, mas apresentavam alguma dificuldade no momento de abrir a boca. Pareceu-me sintoma de pressão de pesca!!

Com o calor a engrossar mais, a aposta nos vinis tornou-se mais clara e peguei numas amostras que já estavam a dormir a algum tempo no meu colete de pesca; os “Mud Diggers” da Fiish. Sempre tive algumas dúvidas sobre esta proposta da Fiish e tinha chegado o momento de a testar a sério. A ideia era pescar fundo e desde um primeiro momento fiquei logo extremamente bem surpreendido com as capacidades natatórias desta amostra, pois eram muito superiores ao do Black Minnow, igualando o Black Eel a nível do mar. Um evoluir frenético com um nível mínimo de recuperação. Adicionalmente, uma acção impressionante desde o momento que entra na água e começa a descer. Só podia ser este isco a marcar a diferença e foi isso que aconteceu. De repente, as picadelas aumentaram de cadência, mas também aumentaram as prisões de linha na lenha do fundo. De qualquer forma, era isto que os peixes queriam e havia que correr riscos. Já com as 11 horas a escaldar a água, fiz a pescaria. Por entre vários achigãs pequenos, surgiram dois bons exemplares com pesos entre 1,5 kg e os 2 kg. Dois bons peixes bem redondos, bem alimentados e que deram uma boa luta, não conseguindo resistir ao funcionamento do mud digger.

Depois destas duas capturas e com as 12h00 a bater no relógio, resolvi finalizar a pescaria. O sol já estava bastante quente e a temperatura já estava a passar dos 30 graus centígrados. O peixe de bom tamanho já estava recolhido e só se viam pequenos exemplares a seguir o isco. Não valia a pena insistir!

No global, e atendendo às baixas expectativas, tinha sido uma pescaria bastante frutuosa. Picadelas e acção quase contínua e dois bons exemplares capturados. Ao mesmo tempo, fiquei bastante impressionado com a acção das Mud Diggers. Um isco excelente em termos de natação, mas que ainda precisa de ser afinado, nomeadamente em termos da resistência do vinil, que se tende a deteriorar muito rapidamente e com intervenção mínima do peixe, e da força dos anzóis, já que um dobrou numa situação de recuperação de uma amostra presa. Enfim, será algo que irei partilhar com o pessoal da Modern Angler para tentar melhorar esta proposta que vai passar a ser obrigatória no meu colete de pesca, para os achigãs, luciopercas e talvez para as trutas!! Algo a testar no próximo ano e numa zona que eu bem sei!!!

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.