Final do Verão – achigãs do Sabor

Final do Verão – achigãs do Sabor

Depois das boas pescarias realizadas na Barragem do Sabor durante os últimos tempos e com as férias terminadas, ficou apenas a saudade de voltar a repetir as emoções, portanto, não haveria de tardar muito a surgir oportunidade que me fizesse rumar novamente a terras de Trás-os-Montes, à procura de mais alguns “largemouth”. Não valia estar à espera de qualquer mudança de tempo, pois no panorama não se via possibilidade de chuva num futuro próximo. Assim, aproveitando mais uma deslocação obrigatória, resolvi visitar uma zona que ainda não conhecia próxima de Alfândega da Fé, mas que parecia promissora, pela configuração do terreno e existência de linhas de água.

Cheguei ao local pelas 8h00 da manhã. Já era tarde, mas ainda se conseguia aproveitar algumas sombras na água. Calor não faltava e como tal, havia que aproveitar as horas mais frescas da manhã. A zona onde comecei era ideal, com uma saída de uma linha de água, pouca profundidade e muito ramalho seco. Via-se movimentação de peixe à superfície e não havia dúvidas que por ali andavam achigãs. Para iniciar as hostilidades, comecei por um passeante de 32 gramas. Não era aquilo que eles queriam. Vinham atrás, houve até um achigã que lhe deu um cacetada e o levantou cerca de 40 centímetros fora de água, mas abrir a boca nada. Havia que colocar os vinis na ponta da linha. Aproveitando um último mud-digger que me tinha sobrado da última pescaria, mas que estava um pouco desfeito, comecei a lançar e os resultados surgiram. Logo no primeiro lançamento, entra um bom achigã de 32 centímetros e consigo cravá-lo. Luta contínua, mas com calma terminou na minha mão. Isto, não sem antes ter desfeito o corpo do mud-digger que ficou a boiar!!

Lá consegui recuperar o mud-digger, mas por pouco tempo. Com fraca capacidade de ligação ao anzol, bastou outro bom peixe atacar para o levar na boca de forma definitiva e eu ficar a olhar para o cabeçote!! Dali já não saía mais nada!!

Entretanto, com o sol a subir, resolvi apostar nos black minnows mais pequenos. Aposta correcta, no sentido em que comecei a cravar e tirar mais peixe, no entanto, também errada, porque começou a sair peixe mais pequeno e portanto com menos capacidade de dar luta. Enfim, mantive a aposta durante algum tempo … pelo menos o necessário para tirar 3 ou 4 peixes em 20 minutos numa zona cheia de árvores. O problema foi que os achigãs me cortaram dois corpos, mesmo sendo pequenos!!

Já com o sol bem a pique, encontrei uma zona de forte declive onde existia uma grande árvore dentro de água. Sem grandes opções para trabalhar aquele local, peguei num black eel kaki de 20 gramas e 20 centímetros que utilizo no mar! Uma amostra de que gosto bastante! Trabalhando-o quase da mesma forma, consigo contacto ao segundo lançamento. Peixe grande, cana dobrada e luta qb, mas estava bem cravado. Foi só dominar e cansar o peixe o suficiente para o conseguir arrastar até à margem. Um lindo achigã com kilo e pouco, muito bem alimentado!!

Não era filho único, pois vi dois ou três a seguirem este durante a captura, mas a situação já estava complicada. Depois de terem visto o que aconteceu ao parceiro, não houve mais nenhum a tentar a sua sorte e eu também já estava com a minha conta 🙂 Com o calor a passar do 30 graus centígrados e o sol a estar presente por todo o lado, não valia a pena insistir, até porque o peixe começava a baixar à procura de águas mais frias.

No global, mais uma boa pescaria no Sabor que só deu achigãs. Não via qualquer lucioperca e quanto a “esoxes”, vi um pequeno a tentar atacar o vinil, mas a recuar à última hora. A ver se bem o frio, para as coisas mudarem de figura e podermos ter outra possibilidade de trabalhar os lúcios!!!

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.