Achigãs ao passeante … de volta ao Sabor

Achigãs ao passeante … de volta ao Sabor


Depois de uma caçada às perdizes na zona de Meirinhos com o amigo Frederico Muge, verifiquei que o nível de actividade dos achigãs estava bastante razoável. Mesmo desde longe, conseguia-se distinguir a silhueta de alguns bons exemplares bem colocados perto da lenha, e alguns em movimentação de carácter predatório. Isto num dia de céu claro e com condições que me pareciam difíceis.

Assim, e aproveitando mais uma deslocação para um local de caça, resolvi pegar na cana e colocá-la no carro. O objectivo era realizar a viagem um dia antes e aproveitar para malhar aos achigãs. A pressão de acordar cedo não era muita e portanto, cheguei ao meu local de destino por volta das 12h00. Céu escuro, pouco vento e já tinha chovido nos dias anteriores. O nível da albufeira estava cerca de 5 a 10 metros abaixo da quota máxima e portanto, via-se muito ramalho seco dentro de água. Para ajudar ainda mais à festa, escolhi a zona com mais densidade de vegetação dentro de água e com menor declive de profundidade. O meu objectivo era pescar ao passeante, portanto interessavam-me todos os peixes que andassem próximo da superfície. Para o ataque, utilizei a cana Daiwa Ninja de 2,70 metros, equipada com um carreto Daiwa Exceler 3000, linha Asari Masaru 0,12 e terminal fluor da Seaguar – 0,32. Na ponta da linha, um passeante da Rapala – o X-Rap, walk e subwalk em diferentes tamanhos e cores, que vão desde os 32 gramas até aos 58 gramas. A pescar pesado!!

Os primeiros lançamentos saíram numa zona onde já tinha tirado peixe, mas não se via aspecto de nada. Ainda tentei um minnow para ver se mexia algum lucioperca, mas foi tempo perdido. Regressei rapidamente ao passeante e às zonas mais encobertas à superfície. O passeante estava a trabalhar muito bem e era só uma questão de tempo até termos o primeiro sinal. Passados 45 minutos, sai o primeiro peixe, um achigã de cerca de 32 centímetros que ataca a amostra à minha frente, quando ela estava a passar junto a uma árvore seca. Lindo ataque, luta qb e rapidamente aparece nas minhas mãos.

Depois desta primeira captura, tive quase duas horas sem sinal de peixe. Fui mudando de isco, mas mal cheguei a uma zona com uma baía rodeada por árvores secas, voltei ao passeante. Logo à entrada, realizo vários lançamentos pelo meio das árvores. Repito várias vezes no mesmo sítio, que me pareceu bom, e só a quinta passagem é que tenho um ataque fulminante, já a cerca de 5 metros de mim. Tentei segurar o peixe ao máximo para evitar que se metesse na lenha, e sem grandes contemplações e aproveitando a força da linha, coloquei-o em terra. Um bom achigã com cerca de 43 centímetros … a engordarem ..

Chegado ao centro da baía, não faltava sinal de peixe à superfície. Alguns eram alburnos ou outro tipo de peixes, mas também andavam alguns achigãs a deambular pela margem. Notava-se na forma como a água se deslocava. Claramente, esses eram os meus alvos e era para aí que os lançamentos iam. Mal o passeante caía na água, a actividade parava, ainda se vislumbrava um ou outro movimento próximo do passeante, mas a fome não era muita!! Farto disto, fiz um lançamento de mais de 60 metros para o centro da baía. Começam os toques de cana e vejo a água a deslocar-se atrás do passeante e rapidamente a onda transforma-se numa erupção com pancadas atrás de pancadas. Sentindo que o peixe queria algo mais lento, atraso o passeante, e mal faço isso dá-se o ataque. O peixe crava, noto que é de bom tamanho e com lenha por todo o lado, sobretudo à minha frente. Aplico força máxima na cana e na linha, tentando arrastar literalmente o peixe para mim. Consigo rebentar várias pontas secas, até que o peixe chega a oito metros de mim e fica preso na ponta de uma árvore. Um único ramo ainda forte e cabeça pendurada com o corpo dentro de água. A cana sem força para o tirar e o levantar, e eu a pensar que o peixe se vai pirar. Várias tentativas, o peixe a fazer de tudo para fugir, mas o triplos de grande tamanho do passeante a não permitir. Passam cerca de 5 minutos de tentativas e obviamente, começo a ficar farto. Se a cana pode partir, eu resolvo testar as linhas ao máximo e puxar o fio directo. Foi a solução correcta, o ramo acabou por partir e eu arrastei o peixe à mão até à margem com as linhas a serem testadas ao máximo. Já cá cantava mais um lindo troféu do Sabor. Um grande achigã que acabou por finalizar a faina naquele local!!

No global, mais uma excelente pescaria e com grandes peripécias e efeito visual associado à utilização do passeante. Quanto mais utilizo, mais gosto e está-se a tornar um vício utilizar esta amostra para quase tudo …

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.