De volta ao Rio Mouro

De volta ao Rio Mouro




Dia 2 de Março de manhã. 7h30 e eu já estava a parar o carro junto das margens do Rio Mouro. A abertura do dia anterior no Coura e no Vez tinha sido difícil, mas mesmo assim conseguiu-se fazer o gosto à cana com quatro trutas. As águas frias e o sol radiante não criaram as condições ideais para se realizarem grandes capturas. Mesmo assim, e antecipando que as coisas estariam também complicadas no Rio Mouro, resolvi amanhecer por lá para ver qual a situação em termos de densidade de peixe e condições de pesca.

Como esperado, o Rio Mouro apresentava-se com um caudal normal e águas extremamente límpidas. O frio foi presença imediata desde manhã e a actividade dentro de água era inexistente, pelo menos à primeira vista. As margens estavam calcadas do dia anterior, mas pelo que vi, a densidade de pescadores por ali não tinha sido muita. Perante este cenário, meti um rapala X-rap de 6 centímetros e resolvi atacar o rio. Interessava-me, mais que tirar peixe, ver o que de grande poderia andar no Rio Mouro.

Condições de pesca no Rio Mouro - Março 2013

Os lançamentos começaram a sair à medida que me ia deslocando para montante. Tentei forçar a nota em zonas mais complicadas, mas até às 10 horas nada mexeu. Cheguei a pensar que nem havia peixe no rio. Bati três boas correntes, onde costumam parar boas trutas, salmões e trutas mariscas, mas nem sinal de nada. Andei mais de 3 horas a coar água. Isto até me decidir que tinha que mudar de lugar.

Já desanimado, voltei para trás e por descargo de consciência resolvi bater a última corrente lenta e sustentada, a caminho do carro. Eram já 11 horas e então comecei a ver trutas. A primeira, uma truta de 35 centímetros que veio a seguir o X-rap até aos meus pés, a menos de um centímetro do triplo da cauda. Bem fiz os possíveis para a obrigar a morder … Depois, outra mais pequena, com o tamanho mínimo a correr atrás do rapala como uma louca, mas … de repente … perdeu o interesse. Depois mais um bicho de 28 centímetros a enrolar no rapala várias vezes, e a fazer uns malabarismos loucos para morder, mas sem abrir a boca. Até dei em doido!! Lancei 20 vezes no mesmo sítio.

No final, e mesmo junto aos pilares da ponte, uma truta que arranca, mas que para à última da hora. Olho para cima e estava um velho a olhar para a água … tudo explicado. Assombrou-me a truta … Só me sai disto. Nem valia a pena tentar. E ainda por cima, resolveu dar-me baile. Diz ele: “Se o amigo estivesse aqui há 15 dias tinha tirado uns salmões. Andava aqui um cardume com mais de 30 peixes, todos acima de kilo”. Pois, não bastou lixar-me a truta!! Lá tive que atirar a matar: “Ó patrão. Isto há 15 dias não se podia pescar. Nessa altura até podiam andar aos saltos em cima da ponte!!”

Bem. Tudo dito. Já lá andaram, mas ainda podiam voltar. Era isso que eu precisava de saber. Quanto às trutas, foi óbvio que precisaram de sol para se começar a mexer e que ainda existiam alguns bons exemplares no rio. Teria que voltar a visitar o Mouro noutra altura mais oportuna. Com céu claro e águas límpidas, vale mais andar a tentar a sorte noutras águas com maior caudal e mais escuras.

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.