Mais uma vez estamos em plena temporada de desova das trutas. Este ano com o súbito arrefecimento do tempo e com a primeiras neves, é natural que as trutas comecem a subir os rios à toda a força a caminho dos locais tradicionais de desova. Tal como os salmões, as trutas procuram correntes com areia grossa no fundo e privilegiam os pequenos riachos ou entradas de água pura. Estes são os locais ideais para as fêmeas escavarem os seus ninhos, onde posteriormente irão ser depositados os ovos que darão lugar à próxima geração de trutas.
Como a capacidade reprodutora das trutas é inferior ás das outras espécies que povoam os nossos rios, esta é uma ocasião especial e que deve merecer a nossa atenção. Boas ou más desovas podem condicionar o desenvolvimento do potencial truteiro de um rio durante várias temporadas.
Este ano, as condições estão bastante razoáveis, pois nos últimos tempos tem havido algumas chuvas fortes e os rios já apresentam caudais e correntes impressionantes. Este tipo de condições permite às trutas uma subida mais fácil para os seus locais de desova. Os muros dos açudes deixam de ser obstáculos relevantes e como tal as trutas conseguem chegar às zonas mais promissoras e com maior potencial para o desenvolvimento dos alevins. Simultaneamente, os caudais elevados oferecem uma protecção adicional, pois resguardam melhor as trutas dos seus predadores naturais e dos “não naturais” – os furtivos com redes. Várias são as histórias deste tipo de práticas nesta altura, e portanto exige-se uma maior fiscalização nos locais mais propicios.
A última história que ouvi vem do ano passado e refere-se a um “artista” que se entretinha com rede num dos riachos da Barragem de Pisões durante a desova das trutas. Com a mala do carro já quase cheia e ainda não satisfeito, acabou por ser detido por uma patrulha da florestal. Esperemos que este ano isto não volte a acontecer nas nossas águas. Para tal, convinha que as autoridades estivessem mais atentas aos locais criticos. Normalmente, as trutas tendem a escolher sempre os mesmos locais de desova ano após ano e como tal o trabalho de vigilância não é extremamente dificil.
Esperemos que este ano, à semelhança do anterior, as condições sejam as mais favoráveis para a desova. De facto, para o final desta semana prevê-se mais chuva e frio, e em quantidades razoáveis. O futuro das nossas populações selvagens depende de anos com frio e muita chuva. Anos de seca são o pior cenário para o desenvolvimento da nossa espécie favorita.
Se tiverem oportunidade de visitar alguns dos nossos rios truteiros durante esta época, não se esqueçam de dar uma vista de olhos nas correntes … possivelmente terão a oportunidade de ver algumas boas trutas a desovar. As maiores são as que mais se exibem nesta altura 🙂

Boas!
Este fim de semana ja vou dar uma olhadela do estado do rio la por cima…para ver se existem boas condições para este ano!
Abraço
Excelente!
Depois diz alguma coisa, ou então manda-me umas fotos para se publicar aqui.
Abraço e bom fim de semana.
Boas!
Acabei por na ir…muito mau tempo por estas bandas!
Abraço
Boas!
Estou cá na serrinha..e ja tenho fotos do rio!
Saiu-me a sorte grande de ver 2 belas trutas a desovarem….ja ganhei o dia!
Depois mando-te as fotos!
Abraço
Boas,
Isso é que são excelentes noticias!
Dá gosto saber que as trutas estão a cumprir com o seu relógio biológico. Se os caudais dos rios não sofrerem grandes flutuações, vamos ter mais trutas e mais pescarias de qualidade.
Abraço