Recentemente, chegou ao meu conhecimento, via contacto do site Turismo em Portugal, de que se tinha capturado mais um belo exemplar de salmão no Rio Minho. Segundo informação disponível no site, este grande troféu pesava 5 kg e media 90 cm. Este exemplar foi capturado em Monção, uma zona conhecida pelas suas correntes de seixo e grandes poços salmoneiros.
Como podem ver pela cor do peixe e configuração da mandíbula, este é um salmão que já está bastante adiantado em termos de reprodução e portanto não oferece grandes dúvidas sobre a necessidade de ser libertado. Julgo eu 🙂
Mais uma vez, o sonho tornou-se realidade para mais um pescador persistente e demonstra que o Rio Minho continua a ser o “El Dorado” Português para quem procura o salmão atlântico. Se soubermos tratar bem desta riqueza, poderemos um dia ambicionar em competir em termos turísticos com os grandes destinos internacionais da pesca ao salmão.
A saída para a crise também passa pelo aproveitamento deste tipo de potencialidades que são completamente desperdiçadas. Haja vontade política e entidades verdadeiramente dedicadas a esta questão (vigilância e controlo ambiental), em vez de perderem tempo com invejas, incompetência e compadrio.
o minho é mesmo o alasca portugues, mas sem proveito nenhum a nivel do turismo, ao contrario do que acontece nos EUA.
por que sera esta aprente melhoria de numero de salmoes nos ultimos anos??quando ao mesmo tempo constatamos que nao ha fiscalizaçao , ha cada vez mais pescadores furtivos e desportivos,cada vez mais anos de seca etc.
Esse é o maior mistério de todos 🙂
Como é os que os salmões voltaram em força, depois de quase terem sido dizimados?? Repovoamentos, criação de zonas de protecção de desova nos rios tributários do Minho em Portugal e Espanha? Se alguém souber qual a razão e nos quiser dizer, a gente agradece.
Um abraço,
Boas!
Vou meter uma colherada onde não sou chamado, porque de salmões não percebo nada!
Estas notiçias de recordes e de grandes salmões no Rio Minho, deveriam deixar as autoridades nacionais, quer o Ministerio da Agricultura, quer o Turismo de Portugal ( pelos vistos foi dai que saiu a notiçia deste), quer a PM de Caminha, quer a AFN, de orelhas no ar, para que a manutenção destes excelentes exemplares seja possivel!
E conhecendo o feitio dos pescadores destes país, a procura por exemplares deste calibre vai ser executada de forma exaustiva e muitos exemplares mais pequenos vão ser “vistos” como troféus para alguns e vão ser mortos, em que condições estiverem! Desovados, não desovados, pequenos, grandes….vai tudo para o saco!
Não estou a criticar NADA, nem a atacar ninguem pela atitude de reter o salmão!
Na minha opnião, caso seja relamente significativo o aumento de salmões no Minho, acho que deveria ser criado uma regulamentação muito própria para esta pesca, como era feito em Espanha, porque ha uns tempo nas Asturias houve uma grande polemica por uma lei emitida para a pesca do salmao do atlantico.
Deveria ser uma pesca feita de modo controlado, os peixes etiquetados, pesados, para estudos da espécie, só deveriam ser emitidas um x número de licenças diárias para esta espécie, locais escolhidos a priori para fazer este tipo de pesca, sendo proibida a pesca noutro locais e licenças tiradas de modo on-line e por sorteio como é feito noutros países! E com estas medidas de preservação, e mesmo aplicando a pesca sem morte, aí sim poderiamos ser vistos pelos estrangeiros como um destino turistico para pesca de salmão, porque senão vamos ser continuamente vistos como um pais que pesca de forma desordenada e sem respeito por nada!
Mas mais uma vez isto são ideias praticas e qualquer pessoa de direito gostasse e soubesse o que era a pesca, tomaria de imediato! Mas isto esta entregue à bicharada, e o que interessa é criar licenças extraordinárias, coutadas de pesca e concessões geridas sem rei nem roque…há que privatizar o que é de todos nós! Assim manda a troika…
E lá tem que ser o podre pescador ludico, que aos olhos das autoridades é visto como o factor determinante para o caminho do fim da pesca em Portugal, e não como um agente que pode e deve ser interventivo, a ter e a escrever coisas simples e praticas para o bom futuro da pesca!
Abraço e desculpem o desabafo!
Boas Miguel,
Concordo em pleno com o teu ponto de vista, que aliás já tem sido bastante ventilado neste site. A gestão da pesca em águas interiores deve rapidamente ser entregue a quem percebe do assunto e está comprometido com a vontade de querer fazer mais e melhor, senão corremos o risco de continuar a viver mais algumas décadas de marasmo no sector. Se o sector público não sabe ou não quer, então entreguem isto aos pescadores desportivos. Enquanto a ineficiência, a omissão e a incompetência continuarem a ser os únicos valores que imperam na gestão deste tipo de recursos, não há futuro visível. Estamos claramente a definhar e a austeridade, em vez de trazer a reorganização, a unidade e a disciplina, apenas agravou o caos e a desorganização nas entidades administrativas.
Assim, não temos saída. Independentemente da cor politica de cada um, sem organização, sem disciplina, sem mobilização geral e sem um conhecimento efectivo dos problemas, não vamos a lado nenhum nos próximos tempos. E desenganem-se aqueles que pensam que está tudo bem!! A pesca é apenas um exemplo de uma realidade mais geral. Um rio como o Minho, com um potencial salmoneiro verdadeiramente assombroso, demonstra como somos incapazes de preservar, gerir e exportar com alto valor acrescentado algumas das riquezas mais significativas que temos neste país. Se assim continuarmos, venha a reestruturação e os perdões das dívidas e mais esmolas … e deve ser já no final de 2012, inícios de 2013. Não temos futuro 🙁 nem nos próximos 10 anos … se querem mesmo a minha opinião …
Abraço,
A resposta é simples Trutas.PT, o trabalho dos galegos.
Na margem galega da zona internacional do rio Minho esta totalmente proibida a pesca do salmão, e todos os seus afluentes com potencialidade para ser realizada lá a desova e reprodução do salmão estão vedados a qualquer tipo de pesca. Além disso estes afluentes têm sido alvo de repovoamentos intensivos de salmão atlântico, com alevins de estirpe genética “galega”, filhos de reprodutores selvagens capturados e posteriormente alimentados em viveiros do Governo Galego, até a desova artificial.
Só é autorizada a captura de salmão no Couto de Frieira, no Concelho de Padrenda,a montante do rio Troncoso que serve de fronteira fluvial com Portugal,http://www.arrakis.es/~fedms/cotofrie.htm#Mapa%20do%20couto:; num máximo de 5 exemplares para todos os pescadores e toda a temporada, que devem ser devidamente apresentados às autoridades para o seu registo e estudo (tamanho, peso, existência de micromarcas no focinho nos repovoados que indicam a origem do repovoamento, etc), em instalações habilitadas a pê do rio.
Para quem se queira informar melhor da normativa de Pesca Fluvial na Galiza para 2012, aquí vai a ligação: http://www.xunta.es/dog/Publicados/2012/20120118/AnuncioC3H1-090112-10808_gl.html
Obrigado por este excelente testemunho, PingoDoce.
Aí está um exemplo de eficiência e competência ao nível da gestão de uma espécie emblemática como é o salmão do Atlântico no Rio Minho. Como eu já tenho vindo a dizer várias vezes, temos muito a aprender com aquilo que se faz noutros países e sobretudo em Espanha. Aqui está mais uma prova do que é trabalhar a sério e com visão de futuro.
Do lado de cá, não se faz nada. Apenas se anda a tentar rapinar aquilo que outros andam a semear, e ainda por cima cobram licenças para isso. É muito mau!!
Um abraço,