Recentemente, eu o Torres estivemos à pesca na Barragem de Pisões com dia de chuva. Durante essa jornada, encontramos vários pescadores e conseguimos falar com pelo menos dois artistas. O dialogo que tivemos veio nos demonstrar que a situação da pesca em águas interiores em Portugal é muito pior do que o que pensávamos, especialmente no que diz respeito à formação e consciência cívica de quem pega numa cana. A teoria vigente continua a ser a de fazer “peixe a todo o custo”. Para tal, todos os meios podem ser empregues e durante as conversas que tivemos verificamos as seguintes ilegalidades:
1 – Desde logo, a primeira foi o número de canas utilizadas para a pesca na barragem. Eu, só num caso, de um pescador que estava sozinho contei 7 canas, mas três e quatro era mato. Perante isto, a minha pergunta é a seguinte, qual o limite de canas que se pode ter ao fundo/bóia nos Pisões? Não há limite? E a pesca à truta não conta? É que se não há limite, vale mais meter aparelhos de pesca com 1500 anzóis pela margem fora, igual ao que se faz no mar. Acho uma excelente ideia 🙂 🙂
2 – Fomos aliciados por dois pescadores diferentes a pescar com peixe vivo. Sempre pensei que o peixe vivo fosse ilegal, mas pelos vistos não é, porque toda a gente anda com peixe vivo às dezenas em pequenas caixas. Será que o peixe vivo é legal nos Pisões? Deve ser do mais legal possível, porque ainda por cima o pessoal que está a pescar com este isco, oferece a quem passa 🙂 A nós ofereceram-nos várias vezes 🙂 Nós andávamos à amostra e podíamos até ter metido um ou outro peixe vivo no spinning, mas nada disso. A tal truta de cerca de 2kg que vimos, não tinha lá ficado com o peixe vivo!! Resolvemos ser legalistas!!
3 – Fomos convidados para pescar trutas a sério. Segundo um dos artistas, temos que ir é a Pisões em Janeiro e às entradas dos ribeiros. Como estupidamente se pode pescar em Pisões fora da temporada da pesca à truta, podemos sempre fingir que estamos a pescar ao barbo e entramos nos locais de desova das trutas para fazer desbastes. O resultado são sacos de batatas cheios de trutas, segundo alguns artistas. Até me explicaram com detalhe como é que se faz tudo na prática, mas vou evitar replicar aqui para evitar aumentar o furtivismo. Uma miséria e uma vergonha!!
4 – Fomos informados sobre os locais onde os artistas do SEPNA costumam estar à espreita, mas muito de vez em quando. Desde logo, explicaram-nos como é que os podemos enganar (como se tal fosse preciso, pois nem vê-los em quase 100% das vezes). Também não vou estar aqui a explicar como é que são enganam, mas não será difícil de imaginar.
Perante isto, está tudo dito. Em país de cegos e sem lei, é à ganância que se trabalha. O burro que paga impostos e cumpre a lei é que acaba sempre enganado. O que é preciso é manha e ter amigos de atalaia!!
Revolta-me ver que este país continua a não ter futuro, tanto na pesca, como no resto. Há que fechar imediatamente e totalmente a pesca em Pisões entre os dias 1 de Outubro e 31 de Março. Há que fiscalizar como deve ser as nossas massas de água, em vez de andarmos todos a assobiar para o ar. Só assim, podemos ter alguma hipótese de salvaguardar a nossa riqueza piscícola.
Mais do mesmo….isto e uma rebaldaria!
Penso que em relação ao peixe vivo, a lei não está clara. Em relação à verdemã, é proibido apanhar, trasportar e utilizar na pesca. Penso que peixe vivo, desde que existente na massa de água em que se está a pescar e dentro dos limites legais é permitido. Por exemplo as abbletes ou alburnos e perca-sol são peixes invasores e medida minima legal. Desde que essas especies existam na massa de água em que estamos a pescar é totalmente legal. Abraço.
Está 1 erro, eu queria dizer que abbletes e percas não têm medida minima legal. Aqui usam-se legalmente para pescar lucioperca, apesar de eu não utilizar já vi várias pessoas.