Já é bem sabido que a actual gestão dos recursos piscícolas em Portugal não tem qualquer rumo, nem estratégia de médio e longo prazo. O desprezo do Ministério da Agricultura pelas questões da pesca em águas interiores é notório estando nós a trilhar um caminho de privatização encoberta dos direitos de pesca, com base em princípios de associativismo pouco claros. A falta de conhecimentos e de capacidade política nesta área é confrangedora e não sofreu qualquer alteração séria desde 1974, aliás como a própria lei que gere o sector.
Estamos perante um sério caso de abandono gradual de património público que se traduz algures em posicionamentos que vão desde a pura negligência à pura incompetência. Senão, vejamos o que está a ser feito neste momento nos viveiros do Marão, que são dos poucos viveiros do estado que ainda realizam repovoamentos nos nossos rios. A noticia segue abaixo:
Esta situação incompreensível fala por si e deita por terra as últimas esperanças que poderíamos ter para delinear uma pesca à truta com futuro e visão turística. Como é que é possível substituir pessoas qualificadas por mão de obra sem qualquer tipo de preparação? É esta gente que vai cuidar do património genético das nossas trutas e dos nossos rios? Serão amigos do partido ou dos copos?
Penso que nos devemos indignar e revoltar contra esta situação que é paga com os impostos de milhares de pescadores. É claramente mais um golpe contra a nossa classe e também contra o ecossistema de várias massas de água do Norte do País, que são servidas pelos viveiros do Marão (dos poucos que ainda funcionam, depois de muitos já terem sido fechados pelo Estado, por falta de verba). Com este tipo de políticas, não me espantava nada se passássemos a ter trutas do Baceiro no Beça e vice-versa.
Por aquilo que vejo, penso que os viveiros do Marão devem ter os dias contados e que com isto o Estado presta um péssimo serviço à nossa comunidade. Com este estado de coisas, caminhamos a passos largos para uma total anarquia na pesca desportiva em águas interiores com danos irreversíveis para as populações de trutas. Precisamos cada vez mais de políticos neste sector que tenham visão de longo prazo e que simultaneamente defendam os interesses dos pescadores e do ambiente. Até lá, continuará esta porca miséria …
Agora,mais duque nunca,é nessessário a união de todos os pescadores e comerçarmos a pesnsar numa data para a realização
duma manif….
Perante aquilo que é o panorama para o próximo ano, não só em termos de pesca, acho sinceramente que precisamos de muito mais que uma manif. Num momento em que já pouco nos deixam para comer ao final do dia, acho que não vale a pena manter uma paz podre que nos levará a todos irremediavelmente à miséria. Precisamos de uma reestruturação política total deste país. Como se vai fazer, é a grande questão! Só vejo duas opções, a bem ou a mal, com a segunda a ser provavelmente a mais eficaz.
O poder tem que deixar a canalha política e voltar ao povo e aqueles que verdadeiramente querem um país melhor. Não podemos andar a ser enganados cada 4 anos, sem qualquer voz activa durante os mandatos. Os políticos não são os nossos patrões, mas sim os nossos empregados. Tem que haver representatividade directa para que a minha e a nossa voz seja ouvida e alguém seja responsabilizado quando as coisas correm mal, no momento em que correm mal. Enquanto assim não for, temos um sistema política subvertido que nada tem de democrático, pois só se favorecem as elites e os interesses pessoais e negociatas de meia dúzia de políticos. Gente sem escrúpulos, que devia estar presa, mas escapa sempre pelas teias fracas da lei. Vivemos num sistema onde a corrupção, incompetência, negligência, desconhecimento e incapacidade são as principais qualidades dos nossos líderes. Um sistema assim não pode continuar, porque não tem futuro!!