Na sequência de um petisco em casa do Dr. Manuel Pintalhão, foi-nos endereçado o convite para irmos pescar umas trutas na Barragem do Seixo Real, pelo Dr. Vasconcelos. Ainda estive indeciso, pois eu sabia que tinha sido realizado há pouco tempo uma largada de trutas naquele local e eu gosto pouco de pescar trutas de ração. No entanto, perante a insistência do Dr. Vasconcelos e a disponibilidade do Engº José Pintalhão para se juntar a nós, resolvi que íamos passar das palavras à acção.
Assim, e depois do Zé passar em minha casa às 6h30 para me apanhar, iríamos encontrar o Dr. Vasconcelos na Madalena. O trajecto ainda demorou cerca de 45 minutos, pois o Dr. Vasconcelos não deu à primeira com o corte para a Barragem do Seixo. Assim, por volta das 8 horas já estávamos na margem da Barragem e prontos para atacar.
Para quem não conhece a Barragem do Seixo, esta é uma pequena massa de água, que assenta na retenção do caudal de um ribeiro da zona. A profundidade média é relativamente reduzida e em cerca de 1 a 2 duas horas é possível bater a barragem toda ao spinning (dependendo, obviamente, da persistência de cada um). As espécies que habitam a Barragem, após visualização da nossa parte, parecem ser a truta arco-iris, truta comum, achigã, carpa e escalos.
A jornada de pesca nesta barragem durou entre 2 a 3 horas. Dividimo-nos em dois grupos. Eu e Vasconcelos ficamos com a margem direita, enquanto o Engº José Pintalhão atacou a margem esquerda. Demoramos muito tempo a bater a barragem, porque fizemos duas passagens sobre a mesma margem e de forma intensiva. O Vasconcelos atacou com amostras pesadas, assim como o Zé e eu fiquei-me pelo equipamento de light spinning: cana 1,8 metros, linha 0,12 da Fendreel e amostra Mepps Aglia nº1.
Arrancando do muro da barragem e deslocando-me para montante, passei os primeiros 45 minutos sem ver peixe ou levar toque. Via peixes a virem a superfície mosquear, mas não sabia exactamente do que se tratava. Ao mesmo tempo, os meus colegas também não estavam a ter qualquer tipo de acção.
À medida que fui avançando para montante, comecei a notar um decréscimo substancial na profundidade e pareceu-me que a actividade mosqueira era superior. Visualizei o primeiro escalo atrás de uma Mepps. Pensei que a coisa ia animar. Forcei os lançamentos junto à margem, mas sem resultado. Finalmente, e quando já me estava a aproximar da entrada do ribeiro na barragem, realizo um lançamento cruzado para a outra margem e de repente sinto um toque muito leve e vejo um peixe preso. Começo a recuperar e tiro a minha primeira truta arco-iris com cerca de 14 cm. Nem deu luta e pelo rabo meio comido … cheirou-me logo a ração. Enfim, era o que tínhamos 🙂
Com esta primeira captura, pareceu-me que existiria potencial para mais e como tal voltei ao ataque em força. Mais um lançamento cruzado no mesmo local, agora um pouco mais para montante, e mais uma truta arco-iris, ligeiramente maior.
Desde este local, até à saída do ribeiro, ainda tirei mais uma truta arco-iris com colher. Depois meti o rapala CD-3 RT e voltei para trás para bater tudo novamente. Tirei logo outra truta arco-iris de pequeno tamanho. Lá fui avançando e já num cotovelo da margem, vejo um peixe a comer à superfície. Realizo um lançamento muito chegado à margem, começo a recuperar e quando dou por ela vejo um vulto a olhar para mim: um achigã com cerca de 30cm. Boa … e logo agora que a pesca ao achigã já tinha fechado!!
Enfim, resolvi insistir no cotovelo com lançamentos mais largos que estavam a ser potenciados por um vento forte que me estava a soprar pelas costas e a mexer as águas. Podia ser que isto fosse um bom prenúncio e foi!! Num lançamento mais largo, e com o rapala quase a chegar à margem, levo uma pancada forte e sinto a cana a vergar. Cravo com força e sinto algo a puxar para baixo. Levanto a cana e noto um brilhar aprateado na ponta. Era truta e de bom tamanho. Começo a trabalhá-la com cuidado e ela sempre em corridas para a direita e esquerda no sentido descendente. De pouco lhe adiantou … comecei a cansá-la e quando a vi mais quieta, encostei-a à margem e deitei-lhe a mão. Tinha capturado mais uma arco-iris de 27cm. Muito gorda e claramente bem racionada 🙂
Com esta captura, comecei a sentir que a jornada por ali tinha terminado. Ainda forcei a última parte do troço e apenas consegui tirar uma achigã pequeno. As trutas deixaram de aparecer.
Entretanto, os restantes parceiros pouco tinham feito. O Vasconcelos não tirou nada e o Zé tirou uma truta comum sem medida. Com o sol já em força e o estômago a apertar resolvemos deixar a Barragem do Seixo para trás. Pensávamos que existiam por ali bons exemplares de trutas, mas apenas demos com alguns peixes pequenos. Certamente que o dia não seria o melhor, mas valeu a pena pelo convívio e pelo local que é bastante aprazível, possuindo acesso muito fácil a todas as margens (caminho).
Barragem e uma cena que nao me assiste eheh