Depois de uma abertura fraquissima no Alto Barroso (Covas e Beça), estava na altura de apostar numa entrada estratégica “a solo” no rio Coura. Uma pescaria individual, apesar da desvantagem em termos de segurança, também é extremamente do meu agrado, porque permite sempre uma maior imersão na natureza, um maior nível de concentração e uma enorme flexibilidade. Estes aspectos são extremamente importantes, especialmente em zonas de pesca dificeis como os troços livres do Coura, onde tirar trutas só está normalmente ao alcance de especialistas. Para maximizar a eficácia da pescaria, tratei de fixar como dia critico o primeiro dia de sol após uma semana de chuvas intensas, ou seja quinta-feira dia 4 de Março. Com o caudal a diminuir e a temperatura a aumentar, talvez as trutas incrementassem o seu metabolismo de forma significativa. Conhecedor do Coura, antecipava que os pescadores de abertura teriam pescado sobretudo à minhoca e os poucos que insistiram à amostra não a tinham conseguido trabalhar com eficácia devido às fortes correntes. Portanto, as minhas expectativas era de trutas quase virgens, especialmente na zona central do rio: o ninho dos troféus!
Arranquei do Porto e cheguei às proximidades de Vilar de Mouros por volta das 7h30. Panorama prometedor! Nem um carro à vista, corrente a nível médio potenciada provavelmente pelas descargas da Barragem de Covas e um sol radiante a querer aquecer o ambiente. Condições razoáveis para se pescar. A primeira hesitação sobre a escolha de amostra e fio foi rápidamente resolvida com a escolha de material todo o terreno; ou seja 0,18 e uma Mepps Aglia tradicional nº2 de pinta vermelha. A estratégia era pescar para montante deixando a amostra arrastar-se perto do fundo, local onde eu antecipava que estariam as trutas. Os primeiros lançamentos num poço com uma corrente de força média renderam as duas primeiras trutas sem medida que foram imediatamente devolvidas à água. Entretanto, fui avançando lentamente para montante convencido de que vários lançamentos tinham que ser realizados para o mesmo sitio, pois as trutas não estavam a entrar à primeira. Passado uma hora tirei mais uma truta sem medida que picou na margem oposta à que me encontrava. Enfim, estava a tirar as primeiras trutas da época em condições ainda dificeis, mas exemplares pequenos! Já não era nada mau, mas não era bem isto que eu queria, portanto à terceira foi de vez e mudei de sitio. Peguei no carro e avancei mais um km para montante para um poço meu conhecido onde entrava uma pequena linha de água. Posicionei-me no final do poço lançando para montante e tentando fazer com que a Mepps rodasse o mais perto do fundo possível. Estratégia bem conseguida para um fundo de seixo rolado, pois tirei três trutas no mesmo sitio, mas infelizmente nenhuma sem a medida. Lá foram para a água! Já estava a ficar farto de trutas sem medida! Eram 11h30 e estava na altura de pensar e agir em grande.
Na minha cabeça formou-se um cenário de possibilidades interessantes. Correntes lentas a médias, margens com boa cobertura vegetal e alguma profundidade. Era um troço de cerca de 500 metros. Amostra para este lugar especial: peixe artificial. Mas que peixe? O alvo eram as trutas grandes. Era preciso fazê-las mexer do centro do rio para darem o arranque fatal. Lembrei-me da abertura e fez-se luz: X-Rap 6cm RT. Se algo as iria fazer mexer era este isco diabólico, com as suas paragens loucas quando a recuperação é perfeita. Fico satisfeito só de ver esta amostra a trabalhar. Nem é preciso tirar trutas! Pura beleza! E se eu gosto dela porque é que as trutas não haveriam de gostar? 🙂
E gostaram e não foi pouco! Ao quinto lançamento, no centro do rio, entra uma truta bem grande com cerca de 1 kilo. Deu alguma luta, aproveitou a corrente para se defender, mas o fio teve um comportamento irrepreensivel. Foi um baptismo espectacular para a X-Rap, cravando a truta com os dois triplos e dando-lhe poucas hipótese de fugir. Linda truta e linda foto de capa deste post! Animado por este sucesso, ganhei ânimo renovado e resolvi bater o troço ao milimetro; primeiro para jusante e depois para montante. Lançamentos a 1/4 para montante, recuperação em função da profundidade e controlo do movimento das trutas para cravar ao mínimo toque. Em três horas, tirei mais 6 trutas com a menor a medir 25 cm e ainda me picaram mais 3 boas trutas que não cravaram. As trutas entraram na sua maioria ao meio do rio e em zonas bastante especificas. Numa queda de água de um açude tirei três, o que parece indiciar que muitas ainda estão agrupadas na proximidade dos locais de desova. Uma destas trutas foi pescada com um lançamento de menos de metro e vi claramente a truta a atacar o X-Rap com uma fúria louca. Que grande amostra! Outra aparece-me ferida com uma bicada nas costas, possivelmente causada pela praga de corvos marinhos que assola o nosso país todos os invernos. Agora parece que começam cada vez mais a entrar nos rios truteiros, independentemente do seu caudal. Enfim, adrelina ao máximo, picadelas fortes e grandes trutas. Tudo isto até ás 15 horas. Que mais poderia pedir? Só que chegassem alguns amigos pescadores para acabar de afugentar as trutas que sobravam. Lá chegaram, portanto estava na altura de rumar para casa, bastante satisfeito por esta grande abertura “atrasada” num dos rios mais conceituados do nosso país.
No global, foi uma jornada épica. A colher estava destinada aos pequenos exemplares e só o rapala fazia mexer as trutas de bom tamanho. Boa leitura de rio e a flexibilidade necessária para trocar de local e isco fizeram a diferença. Os vmc da X-Rap, apesar de pequenos cumpriram a sua função de forma eficaz, chegando mesmo a cravar e trazer uma truta pela barriga. Para trutas grandes, têm que cravar os dois triplos, senão a probabilidade de perder estes bichos é elevada. Enfim, um dia bem passado com muitos bons momentos de pesca! A abertura tardou, mas chegou em grande!
Boa noite Miguel. Usei a XR – tamanho 6. A mais pequena de todas.
Prefiro o tamanho 6. São dificeis de arranjar, mas já te mando uma mensagem privada. Estes iscos só funcionam com muita insistência e prática. É preciso apanhar o jeito aos nós, lançamento e recuperação e é preciso muita paciência. Estas amostras não tiram tantas trutas como as colheres, mas tiram grandes trutas. Para mim valem mais três boas trutas ao rapala do que 40 á colher. Normalmente só as boas trutas é que pegam a estas amostras. Há que insistir para ter resultados e há que aprender a escolher as condições ideais para as usar. Abraço
Boas! Usou a XR ou XRD?
Essas são caras como tudo….mas se funcionarem!
Na filipe Calvão estao a 11,30 e so tem o tamanho 8…
Desculpa estar sempre a perguntar-te estas coisas….mas é que ainda não fiz nada com as rapalas….ainda tou a procura da melhor opção!
Pois….