É com satisfação que verificamos que foram tomadas pelo ICNF as medidas necessárias para responder à catástrofe ambiental que aconteceu no Rio Rabaçal no início da temporada. A mortandade de peixes neste rio, no Concelho de Vinhais, foi de tal ordem, que se gerou uma cobertura mediática nacional que não passou despercebida a uma grande parte da população do nosso país. Perante isto, exigia-se uma actuação competente e que salvaguardasse, desde logo, a saúde das populações e o impacto ambiental.
O facto de se ter decretado quase de imediato a interdição de pescar e a intervenção rápida no local do sucedido, permitiu amenizar o impacto desta tragédia e criar condições para que as operações de investigação e limpeza fossem realizadas de forma eficaz. De um ponto de vista dos pescadores, concordamos com esta acção e com a declaração imediata de uma zona de protecção na área mais afectada por este incidente. Achamos que esta foi uma iniciativa responsável a vários níveis.
O único ponto que gera alguma discórdia, é a forma como foi decretada a zona de protecção no que diz respeito ao seu horizonte temporal. Com mais de 6 meses passados sobre o aviso que cria a zona de protecção, ainda não sabemos por quanto tempo é que a mesma se vai manter e quais foram os resultados práticos das medidas tomadas para sanar o incidente.
O aviso de que falamos, segue abaixo:
Acho que este tipo de abordagem e de emissão de avisos por tempo indeterminado, não é a melhor forma de abordar este tipo de questões, especialmente do ponto de vista dos pescadores. Acho que a criação das zonas de protecção deve ter sempre um horizonte temporal bem definido, podendo ser renovadas sempre que o interesse público o justifique. Numa situação como esta, os efeitos do aviso parece-me que são permanentes e só os pescadores mais atentos ou da zona é que ficarão a saber quando é o que mesmo deixa de ser válido (“Normalmente, ficam a saber disto por artes mágicas que a restante maioria não atinge”)!
Neste momento, penso que já se poderia exigir um relatório oficial sobre o ocorrido que nos explique porque é que a pesca vai-se manter fechada e durante quanto tempo é que isso irá ocorrer. Não sou contra a necessidade de dar mais tempo à fauna piscícola para recuperar, mas sou contra a dualidade e desigualdade no acesso à informação.

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