Com o ano a findar, vão surgindo mais algumas novidades em termos da actividade do ICNF. Desta vez, temos mais uma notícia que vai afectar muitos dos pescadores de trutas que costumam pescar na zona Norte litoral. Pela módica quantia de 18,87 euros por ano, o ICNF vendeu os direitos de pesca de um troço de 7,88 Km do Rio Neiva durante o período de 10 anos ao Clube de Caça e Pesca de Antas. Um excelente negócio para quem comprou e um autêntico assalto ao contribuinte, que vê assim o seu contributo e a sua liberdade de pescar a ser gerida e negociada de forma completamente ridícula e irracional.
Claramente, este é um dos melhores troços do Rio Neiva para a pesca de grandes exemplares. As trutas que o habitam não são nada fáceis, mas apanhando os dias correctos é possível realizar grandes capturas neste troço. Os relatos de várias pescarias memoráveis têm sido uma constante neste local ao longo dos anos, sendo também um paradeiro de várias trutas mariscas na sua ascensão para a desova. Isto apesar de ser também um local onde a poluição mais se faz sentir no Rio Neiva.
Para uma leitura mais atenta do que se está a passar e para localizarem melhor esta nova concessão, segue abaixo cópia do despacho de 15 de Outubro:
O plano de exploração desta nova concessão ainda não está publicado, mas não deve sair muito daquilo que são as práticas de outras concessões de pesca já existentes. Esperemos que haja alguma contenção na gestão deste troço, especialmente no que diz respeito às acções de repovoamento, pois a pesca neste rio tem estado livre desde sempre e trutas nunca faltaram. Agora se se puserem a brincar com trutas de viveiro ou com património genético não autóctone, não me admirava nada que causassem uma regressão na população deste troço.
Finalmente, gostava de deixar uma nota para os pescadores frequentes do Rio Neiva, que certamente olham para isto com alguma perplexidade. Acho que não se pode fazer nada neste momento, a não ser assistir a mais esta atrocidade na gestão do nosso património. Não recomendo acções de furtivismo maciço ou destruição do património piscícola. Certamente que esta será apenas uma de mais pancadas que aí vêm, até o Rio Neiva estar todo concessionado. Não se esqueçam no entanto que alguém é responsável por aquilo que está a acontecer e é essa gente que temos que ter debaixo de olho para encostar, preferencialmente na fila do subsídio de desemprego, assim que possível. Já chega de pagar mais impostos todos os anos para andar depois a subsidiar concessões de pesca de 7 km a 18 euros! É uma autêntica vergonha!
A todos os outros, não se esqueçam que na próxima abertura, este troço já não vai estar disponível, portanto tenham cuidado com os vosso planos e com os limites desta concessão se pretenderem pescar de forma livre no Rio Neiva.
Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país. 
_
.
.
parecem cogumelos… ainda temos troço livre para pescar?
Boas Xolima!!
No Neiva ainda se pode pescar no troço médio onde também existem umas boas trutas. Se o ritmo continuar, vamos começar a ter cada vez menos zonas livres e temos que pescar todos no mesmo sítio … ou então fundamos uma associação qualquer para termos o nosso troço de rio a 10 euros por ano 🙂 🙂
Abraço,
Eu alinho nisso, por mim tratamos disso já amanhã 🙂
Boas,
Deixo a dica ao gestor do site e em colaboração com os demais associados que partilham suas experiencias neste site e nos convívios anuais a criação de uma associação de pesca que sirva os interesses de todos os associados;
Conservação manutenção troco rio
Repovoamentos controlados
Lote/zona de proteção
Acesso via net de licenças para facilidade na obtenção das mesmas para os que vem de longe.
Etc
Creio que em colaboração e boa vontade de todos que facilmente pode-se atingir este feito.
Vamos por mãos a obra!
Por mim, podemos avançar. Temos é que escolher um troço de rio (ou vários – a 10 euros cada troço por ano dá para fechar quase toda a zona do Minho). Depois, logo trataremos dos contactos e da papelada.
Como o Torres é que deu a ideia, acho que ele devia ser nomeado Presidente da Associação para o primeiro mandato 🙂 e conta comigo para começarmos a trabalhar.
Aguardo as ordens Sr. Presidente: cria-se post com esta ideia para ver a adesão?? Que te parece?
Abraço,
Boas,
Será sem duvida um desafio a ponderar para ir ao encontro dos interesses de todos interessados onde desde já e mediante a minha disponibilidade (visto estou em Gibraltar a trabalhar)podem contar comigo para caso exista (pernas para andar) avançar com esta proposta.
Será eventualmente um assunto que como todos demora seu tempo e disponibilidade dos intervenientes envolvidos para sua boa execução, mas acredito vivamente que será possível a criação desta associação.
Entre contactos dos que passam pelo site mas raramente escrevem algo e entre os que vão participando com posts e comentários será de ponderar sobre o tema do post com ideias e propostas do troco de rio/s abordar.
Poderá também ser analisado para em conjunto com uma associação já criada de caça anexação da vertente pesca para também beneficiar uma grande parte dos que caçam e pescam.
Abraço,
apoio totalmente a ideia de criar-se um troço de rio coutado onde pelo menos ia ser tratado por quem gosta realmente da pesca e onde nao havia exploraçao de dinheiro como maior parte das zonas coutadas.
Boas!
Peço desculpa pela frontalidade, mas esta ideia é totalmente contra o que se vem defendendo e criticando por aqui.
Abraço
Exatamente, Miguel, criar uma concessão de pesca vai contra a filosofia da maioria das pessoas que participamos no http://www.trutas.com.pt, é entrar no jogo dos governantes, assumir a situação como irreversível e aceitar a derrota. Eu mais bem apostaria por medidas legais, como levar a tribunal por prevaricação a quem autoriza estas concessões.
Boas,
Começa existir matéria de debate para averiguar/opinar sobre o futuro dos nossos rios e a criação de concessões que começam a nascer como cogumelos dificultando o acesso a pesca de zonas de rios que sempre foram de domínio publico.
Seria de ponderar uma eventual abordagem conforme exposto pelo Pingodoce.
Ex. carta escrita ao respetivo departamentos/ministérios para esclarecer qual é o caminho traçado para os nossos rios por quem gere nas autoridades competentes a fim de ficarmos com feedback credível para que possamos posteriormente debater o caminho a seguir mediante a resposta obtida.
Boas meus caros,
Infelizmente, a tendência parece ser completamente irreversível e aponta para um ICNF e um Ministério da Agricultura sem capacidade para gerir as matérias relativas à caça e pesca. Como tal, só resta mesmo entregar ao desbarato a exploração e gestão dos cursos de água. Entre quem não faz nada e quem promete fazer alguma coisa, a tendência é para entregar a quem cria a ilusão de que vai fazer alguma coisa numa lógica comunitária à moda de 1974. Como não há qualquer controlo apertado sobre a gestão, nunca se sabe se quem anda a gerir estas concessões acaba por fazer melhor ou pior do que o Estado!!
Uma carta com a nossa indignação é mais do mesmo, servindo apenas para dar de fazer a um funcionário do ICNF que vai perder o dia inteiro a arranjar uma forma educada de escrever que nada se vai fazer, em vez de tratar de assuntos relevantes para os nossos interesses.
Assim, defendendo a pesca livre, temos que compreender que as entidades competentes estatais não têm capacidade para a manter. Neste contexto, a tendência vai ser similar à da caça e já está a ser monopolizada pelas associações de caçadores.
Perante isto, não me oponho a uma iniciativa genuína de gente séria que procure atalhar terreno para evitar que alguns bons troços de rios ainda livres caiam nas mãos de energúmenos a 10 euros por ano. Se quiserem fazer isso, e criar depois planos de exploração mais acessíveis e sociais do que aquilo que existe e que se aproxime ao livre actual, contam comigo. Não me chateava nada criar várias concessões a nível nacional geridas por um clube bastante grande, onde um membro pagando uma anualidade bastante baixa e simbólica, pode pescar sempre e quando bem lhe apetecer.
Era importante que o livre se mantivesse à luz do que acontece nos países mais desenvolvidos da Europa, mas temo que em Portugal, isso não irá acontecer, porque vivemos no País do 8 ou 80!!