Dia de chuva no Rio Vez.

Dia de chuva no Rio Vez.

Dia 20 de Março de 2010. Manhã com muita chuva e promessa de bons caudais em muitos dos nossos rios. Com dúvidas existenciais entre um dos meus sitios favoritos no Coura e as correntes do Vez, acabei por me decidir por estas últimas, isto não sem antes parar no Estorãos para tentar um corredor de trutas que é bastante do meu agrado.

Entrei no Estorãos eram 7h30. A chuva era intermitente e não parecia causar muita diferença ao nível da eficácia da pesca. Isto antes de ver as condições do rio, claro! Mal cheguei ao Estorãos verifiquei que o caudal era elevado demais para o rapala ou o X-rap e tive que reverter para as Mepps e as Vibrax nº3. Pesquei 1h30 no troço em questão e nem toque. As amostras não conseguiam afundar o suficiente e tinha algumas dúvidas sobre o posicionamento das trutas. Parecia mais provável que estivessem nos açudes mais a montante e não nas correntes profundas. Às 9 horas decidi que era altura de mudar.

Arranquei com o destino fixado para o Vez a montante dos Arcos de Valdevez. Conhecia alguns açudes interessantes nesta área que normalmente reduziam a velocidade das correntes em dias de enxurrada. Portanto, talvez existissem condições nesses locais para trabalhar as amostras com algum sucesso. Já em anos anteriores tinha realizado boas pescarias com rapalas em dias de chuva forte. 

O panorama que se deparou era relativamente complicado. Águas relativamente acastanhadas com fortes correntes não eram um cenário nada favorável para o spinning. Comecei por tentar a pesca com rapalas e salmos, mas as amostras não estavam a responder às condições. Os salmos ainda afundavam razoavelmente, mas o seu baixo peso dificultava os lançamentos.

Perante estas condições, resolvi recorrer à Vibrax nº 3 FT lançando sempre de 1/4 a 3/4 para montante, de modo a poder recuperar a amostra antes dela guinar demais para jusante e se meter no meio dos ramalhos. A acção de pesca era relativamente simples, mas de vez em quando as fortes chuvadas não permitiam visualizar os potenciais obstáculos dentro do rio. Fiz os primeiros 300 metros de rio com a Vibrax e quando cheguei a uma corrente menos profunda sinto a linha leve e depois ganha tracção outra vez. Ou era erva ou era truta a seguir a amostra. Voltei a insistir várias vezes no mesmo sitio e à 7ª ou 8ª tentativa cravo uma boa truta. A truta entra na outra margem e arranca com força para jusante aproveitando a força da corrente. Perante este cenário vi-me e desejei-me para conseguir trazer a truta até à margem evitando os ramalhos que estavam à minha esquerda. No final, lá a consegui tirar e mediu 26 cm.

Com esta primeira captura, animei. A pesca estava dificil, mas podiam sair boas trutas. Avancei até à saída do Ázere, mas nada. Nem mais um toque. Entretanto, encontrei vários pescadores à minhoca, mas ninguém tinha tirado nada. Eram 11 horas e decidi mudar de sítio, procurando um local onde as correntes estivessem mais mansas e onde ainda não tivessem passado muitos pescadores. Decidi-me pelos correntes e açudes imediatamente antes e depois dos Arcos de Valdevez. Insistindo ao rapala, salmo e colher bati de forma intensa essas áreas, mas nem um toque levei. As condições apontavam para boas trutas a alimentar-se na parte central do rio, mas nem uma mexeu.

Enfim, eram 14 horas e havia que mudar de local. O Vez não estava a cooperar e eu já estava farto de correntes fortes, isto apesar de não ter perdido qualquer amostra. Tinhamos que deixar as grandes trutas do Vez para outros dias mais favoráveis. Estava na hora de visitar Touvedo.

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.