Depois de várias peripécias relatadas por alguns amigos e colaboradores do Trutas.PT e também vividas por mim próprio, resolvemos publicar este anúncio que julgamos ser da maior importância para todos os pescadores desportivos de águas interiores e nomeadamente aqueles que se dedicam à pesca às trutas em zonas mais recônditas da nossa geografia. De acordo com o novo Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês (POPNPG), a pesca desportiva em todas as águas não ordenadas está proibida. Esta disposição aplica-se a todo o território que faz parte do parque nacional. A pesca só é permitida em zonas de pesca reservada ou concessões de pesca desportiva.
Independentemente de concordarmos ou não com esta medida, o que nos parece é que a mesma acabou por não ter a divulgação necessária, especialmente junto da principal entidade de regulação da pesca em águas interiores (Autoridade Florestal Nacional), gerando-se assim vários equívocos junto dos pescadores. Interessa, portanto, acabar definitivamente com este estado de coisas. Assim, de modo a evitar que essa situação de falta de informação se prolongue mais no tempo, resolvemos então publicar aqui na íntegra o regulamento do POPNPG:
Verificamos que existem já várias vozes a insurgirem-se contra este novo regulamento a vários níveis e também ao nível das restrições à pesca desportiva. Sem querer entrar em muitas polémicas a este nível, penso que é necessário ir ajustando e avaliando os modelos de gestão dos parques nacionais de forma contínua. Esta experiência pode ser interessante, desde que seja apenas uma fase transitória para permitir um maior ordenamento e controlo da área, antes de avançar para níveis mais estruturados de aproveitamento do seu potencial.
Assim, achamos que a simples proibição no curto prazo (até dois anos) pode não ser a pior das medidas. No entanto, no médio e longo prazo não é uma solução correcta com vista à preservação dos recursos fluviais e dos interesses do parque. O que isto vai provocar é certamente uma enorme redução do interesse turístico e económico destas áreas, com os consequentes efeitos em termos de abandono e desertificação. E aqui não nos podemos esquecer que o turismo ligado à pesca desportiva ainda tem um impacto significativo em algumas destas áreas.
Penso que, à semelhança do que se faz em Espanha, se deveriam concessionar todas as massas de água não ordenadas dentro do Parque Nacional e atribuir licenças especiais para quem queira praticar a pesca desportiva. Obviamente que isto só fará sentido se as entidades competentes fizerem uma gestão eficiente e cuidada dos recursos fluviais que tome em conta a prática da actividade desportiva.
Para já … há que ter isto em conta e evitar sequer pensar em pescar nestas áreas. Eu não voltarei a por os meus pés no parque nacional, enquanto a pesca não voltar a abrir 🙁
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