Na sequência de uma deslocação de Amares para Ponte da Barca, resolvemos parar numa das pontes dos lotes intermédios do Rio Vade para analisar as suas condições em termos de caudal e abundância de trutas. Este é um rio mítico da zona Norte para a pesca às trutas, sendo conhecido pela sua alta densidade truteira. No entanto, desde há vários anos a esta parte que toda esta linha de água é gerida pela Autoridade Florestal Nacional com base numa Zona de Pesca Reservada. O acesso a este rio é gerido por edital, existe bastante procura e como tal é relativamente difícil arranjar licenças para lá pescar. Como tal, ainda não tive a sorte de fazer estragos por lá 🙂
No local onde estivemos, verificamos que o rio apresenta ainda um caudal razoável atendendo à altura do Verão em que nos encontramos. Os poços apresentam-se com um volume considerável e existem ainda pequenas correntes e algumas quedas de água que permitem a oxigenação e o transporte de nutrientes para jusante. A limpidez e pureza das suas águas pareceu-nos também bastante elevada.
Foi com agrado que observamos vários peixes no local que consta da foto abaixo. Tratavam-se sobretudo de pequenas bogas e escalos que se encontravam em cardume. Possivelmente, ainda a recomporem-se da época da reprodução. Também conseguimos visualizar uma linda truta com cerca de 20 cm que se encontrava mesmo à superfície. A truta não demonstrou qualquer tipo de receio perante a presença do pescador e manteve-se em actividade. Pelo tipo de comportamento que apresentava, parecia estar à espera da passagem de algum insecto desprevenido.
Enfim, mesmo com a temporada de trutas no seu término, foi com agrado que vimos o Rio Vade ainda com boas condições para a pesca. A presença de algumas trutas de tamanho razoável e com uma atitude relativamente despreocupada parecem ser sintoma de que a pressão de pesca não foi excessiva durante a presente temporada e de que existem condições para que no próximo ano, a abundância de trutas seja ainda maior. Esperemos que sim e quem sabe no próximo ano pode ser que consigamos pescar neste grande pequeno rio 🙂
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