Após um ano de peripécias sobre as questões da proibição da pesca desportiva no Parque Nacional da Peneda-Gerês, ainda não consegui vislumbrar nenhuma tomada de posição oficial por parte da Autoridade Florestal Nacional relativamente a esta matéria. Tenho visitado várias vezes o site desta instituição ao longo do tempo e nada vejo que me informe relativamente a esta situação. Será que há aqui algo que me está a escapar? O que acontecerá aos pescadores mais distraídos que apenas visitam o site da AFN à procura de informação sobre pesca desportiva e que até querem dar uma volta no Parque Nacional da Peneda-Gerês?
Ora vejamos um exemplo – as excepções ao calendário de pesca, o que é que aparece no site da AFN?
Com base naquilo que leio atrás, parece-me que se pode continuar a pescar em Paradela do Rio entre o dia 1 de Abril e 30 de Setembro. Será que nada se alterou? Acho que convinha ter uma informação mais actualizada relativamente a esta matéria e que alerte os pescadores para a situação específica do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Este tipo de abordagem autista, em que todas as instituições parecem estar de costas voltadas, só instala a confusão e penaliza sempre os mesmos: os pobres pescadores que apenas querem passar algum tempo a relaxar à beira do rio. São esses que vão pagar as multas, quando as autoridades aparecerem com aquela conversa do costume: “O desconhecimento da lei não iliba o seu incumprimento.” Toma que já almoçaste! Quem te mandou acreditar em tudo o que lês!
Compreendo que ainda há alguma confusão com a possibilidade de fusão entre o ICN e a AFN, mas isso não é desculpa para se prestar um serviço de menos qualidade ao cliente: que é (e isto deve ser recordado) o contribuinte, que neste caso também é pescador. Assim, não se compreende, por exemplo, porque é que os editais das zonas de pesca reservadas para 2012 demoram tanto tempo para serem todos publicados no site. O atraso começa a ser de tal ordem que já nem sei se este processo está a ser transparente ou não. Não nos podemos esquecer que nestas zonas estão alguns dos lotes de pesca à truta mais apetecíveis do nosso país e para os quais a concorrência é sempre elevada, especialmente no dia da abertura.
Enfim, sem querer levar este discurso mais além, penso que a informação actualizada é crucial para que todos consigam ter uma coexistência equilibrada no mundo da pesca. O site da AFN deve ser um instrumento de primeira qualidade para gerir a relação institucional com os pescadores e como tal, deve apresentar à cabeça e em destaque os assuntos que são mais urgentes em termos legais para a nossa classe. Infelizmente, não é isso que eu vejo e noto que a desinformação começa a tornar-se um factor cada vez mais notório, à medida que outras instituições: Capitanias, Parques Nacionais, Associações de Pescadores, etc, vão fazendo incursões em termos legislativos. Penso que nada há ganhar com esta dispersão e aqui fica o alerta para discussão futura.
Caros colegas,
Também já tinha alertado aqui http://trutaseserras.blogspot.com/search/label/Editais o facto da AFN não cumprir as obrigações para que está incumbida em ter on-line todos os editais para 2012.
O obscuro manto de silencio e o desprezo total por parte das entidades oficiais,com a tutela da pesca,para com os pescadores começa a ser já motivo de estes irem pensando em revolta social.
Sabem,com certeza, de que quem está por de traz da proibição da pesca dentro do PNPG é o ICNB e como organismo do Estado autónomo tem poderes legais para o fazer não podendo a AFN interferir em áreas geridas pelo Instituto de Conservação da Natureza.
Tenho vindo sistematicamente a contactar essas entidades e tenho tido quase sempre respostas lacónicas e evasivas.Parece-me que somos vistos como um bando de analfabetos e paisanos que aceitam de bom grado todo aquilo que nos impõe.
Por outro lado,a indefinição de quem vai ser anexado e a quem e a possível perda de lugares dourados leve a uma certa anarquia na AFN e ICND.Seja como for,a necessidade de trilhar um rumo certo para estas duas entidades é imperioso.
Como é sabido existe também uma ala mais radical e conservaçionista de ambientalistas dentro do ICNB e esperemos que não sejam estes a comandar os destinos da pesca desportiva em Portugal pois então as restrições serão com certeza ainda maiores.
João Dias