Depois de um início de jornada na Albufeira de Touvedo com o amigo Torres, e depois de um almoço frugal para mantermos a forma e o vício intacto, estava na altura de voltar a faina. Na minha cabeça já tinha um plano alternativo para atacar o rio Coura, no entanto, queria ver o que se estava a passar para jusante do muro de Touvedo. Nunca se sabia se os artistas da barragem tinham tomado a decisão correcta de suspender as descargas matinais.
Felizmente, a decisão foi tomada e quando estávamos a atravessar o muro da barragem, verificamos que a corrente estava reduzida a um mínimo. Perante isto, resolvi entrar um pouco mais para jusante e subir a margem esquerda do rio Lima. O local de entrada seleccionado foi junto ao viveiro de lampreias. O que eu pretendia era bater uma boa sequência de poços largos, correntes lentas e alguns açudes. Talvez com a redução do caudal, as trutas estivessem mais calmas e dispostas a morder.
Resolvi entrar com material mais leve. Mantive a cana de 1,8 metros, mas troquei o fio para o 0,12 e a amostra para a Mepps Aglia nº1. Com águas mais calmas, as trutas iriam estar muito mais alertas, portanto convinha espantá-las o mínimo possível. Desta forma, eu e o Torres começamos a bater para montante.
Como era de esperar, a densidade de vegetação dificultava um pouco o avanço ao longo das margens, mas com algum esforço lá conseguimos aceder aos locais mais promissores. Logo, num desses primeiros locais e na sequência de um lançamento largo, levo um toque de uma truta que se descravou junto a umas algas. Posteriormente, voltei a insistir e tirei uma linda truta de 18 cm. Ainda deu alguma luta, mas a zona era relativamente descoberta e portanto não tive dificuldades.
Após esta captura, ainda levei mais dois toques no mesmo sítio. Convencido de que o dia podia ser favorável, fui-me movimentando para montante, e mais à frente, num local encoberto, realizo um lançamento por entre a vegetação e consegui tirar mais uma truta pequena.
Animado, continuei a pescar da mesma forma e numa zona encoberta junto à minha margem, realizo um lançamento para montante, e quando venho a recuperar, sinto uma pancada violenta, seguida por um salto fora de água. Cravo instintivamente e levanto a cana. Na extremidade da linha, vejo uma linda truta a dobrar. Apesar de não ser muito grande (cerca de 21 cm), deu uma luta valente, e rapidamente se encaminhou para as minhas mãos.
Com o divertimento a atingir o seu auge, fui avançando ainda mais para montante. Os lançamentos foram saindo de forma constante a caminho do primeiro açude. E as novidades não foram muito diferentes daquilo que já se tinha passado anteriormente. Na hora seguinte, tirei mais duas trutas de 21 cm e 19 cm, respectivamente, e levei mais 3 ou 4 toques. Os grandes exemplares não andavam cá fora e achei que já começava a ter a minha conta. Da parte do Torres, o cenário também não estava muito mau, pois também já tinha tirado duas trutas.
Com as 17h30 a bater, decidi terminar a nossa expedição naquele troço. Ainda vi um concorrente nosso a chegar ao rio, mesmo à nossa frente, e isso apenas ajudou à decisão. Passamos alguns bons momentos atrás das trutas, todas foram devolvidas à água e no final ficou um sentimento de alegria.
Valeu a pena passar por aquela zona do Lima 🙂
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