A pescaria da manhã no Rio Alfusqueiro só tinha corrido bem para mim e para o Engº José Pintalhão. Efectivamente quando chegamos à quinta do Engº Rui Ladeira para um magnifico almoço, deparamos com um placard fraquissimo da parte dos minhoqueiros. O Prof. Arlindo Cunha e o Dr. Manuel Pintalhão não tinham tirado qualquer truta, enquanto o Dr. Sousa Rodrigues tinha tirado apenas uma e logo ao ínicio da jornada. Perante isto, fiquei logo com a sensação que a pescaria ainda não estaria acabada, até porque para alguns de nós aquele era oficialmente o dia da abertura.
Assim, e depois de um excelente repasto e de uma volta educativa pela quinta do Engº Rui Ladeira, começaram a surgir as primeiras vozes a incitar a uma rápida visita ao rio. A ideia era passar rápidamente pelo Parque na foz do Rio Couto, de modo a resolver alguns assuntos inacabados. Desde logo, o Prof. Arlindo Cunha tinha que tirar a primeira truta da época e como tal comecei a preparar o cenário … Ele iria sózinho para perto do açude e seria o primeiro a lançar.
Quando chegamos ao açude, deparamos com uma familia a caminhar lentamente pelas margens e a expor-se de forma clara ao olhar das trutas que por lá andavam. Bem … não me parecia que a coisa estivesse fácil. O amigo Arlindo equipou a cana de spinning com uma colher Mepps nº2 e avançou para o açude. Primeiro lançamento … entra uma truta, ele consegue cravá-la e começa a trazê-la … o ânimo elevou-se e eis que quando a truta está a chegar à margem descrava-se … Ui! Assim não! Fiquei logo com a sensação de que a coisa se ia tornar dificil a partir dali.
O Engº José Pintalhão entrou em acção e com uma Mepps nº1 tirou a primeira truta. Entretanto, as trutas começaram a demonstrar um crescendo de receio. E o nosso amigo Arlindo a insistir e nada … Resolvi ir ao carro e pegar na minha cana e nas minhas amostas. Comecei a experimentar e parecia que nada funcionava. Era preciso um isco pequeno e diferente para aquela situação, até porque alguns dos que estavam a pescar expunham-se completamente aos olhos das trutas. Peguei então numa Mepps Thunder Bug nº00 vermelha, lancei e comecei a ver algum movimento mais interessado das trutas. Parecia-me que iamos ter assunto! Insisti e ao 10º lançamento cravei a primeira. Media 30 cm e rápidamente foi trazida à minha mão … Excelente … era ração, mas deu luta! Com isto voltei a insistir e mais alguns lançamentos depois, outra truta – esta com 28 cm! Todas as trutas eram iguais à que aparece abaixo (de repovoamento) e que foi capturada da parte da manhã.
Já chegava de pesca para mim. Resolvi entregar a amostra ao Prof. Arlindo para ver se realizava a primeira captura da época. Não funcionou, porque a linha com que ele estava a pescar era 0,16. O isco não descolava! Tivemos que abortar essa hipótese e passei a amostra ao amigo José Pintalhão que passado 5 minutos tirou logo uma truta com ela. Enfim, já não havia muito mais fazer, porque todas as amostras não as faziam mexer.
Passado uma hora a festa chegou ao fim. Eu só pesquei 10 minutos, mas gostei de encontrar a amostra certa para a situação.
Quando cheguei ao carro, ainda vi o Dr. Sousa Rodrigues a chegar todo molhado. O que teria acontecido? Tinha pegado na minha cana de 1,8 metros e tinha ido tirar uma trutita de 20 cm no Rio Alfusqueiro. Mas pelos vistos a coisa correu mal! Encontrou uma pedra com “vida” e tomou um banho dos grandes. Foi quase até aos ombros!
Um grande dia tinha chegado ao fim! Mais do que pesca, estes momentos valeram pelo convivio e pela paródia. Excelentes memórias para recordar 🙂

You must be logged in to post a comment.