Depois de um ano de 2012 caracterizado por vários despachos a criar novas concessões de pesca desportiva, é com algum espanto que verificamos que 2013 se inicia logo com um pedido de extinção de uma concessão de pesca desportiva. A concessão de pesca em causa situava-se no Rio Castelões em Tondela e foi solicitada em Junho de 2007, pelo Clube de Caça e Pesca Alagoa.
Passados mais de 5 anos, é o mesmo clube que vem solicitar a extinção da concessão de pesca desportiva, sem apresentar razões especificas para esse facto. Portanto, a partir deste mês esta massa de água retorna ao regime geral de pesca nas águas interiores.
O despacho pode ser consultado abaixo, na íntegra:
Olhando com calma para este facto insólito, penso que este poderá ser um primeiro sinal de que as concessões de pesca desportivas que existem não estão a funcionar da melhor forma, a vários níveis. Efectivamente, numa situação em que o custo legal de uma concessão não é muito elevado, só mesmo a falta de dedicação das associações ou a sua gestão desorganizada é que pode levar a este tipo de situações.
Não sabendo exactamente o que se passou no Rio Castelões ou nesta associação, gostaria imenso de saber em que condições é que o rio vai ser devolvido à tutela pública. Acho que era de bom tom, as entidades responsáveis levantarem um auto de entrega que inclua um levantamento da densidade piscícola. Isto serviria para verificar até que ponto é que as massas de água estão ser bem geridas ou então saqueadas por quem as gere. Em caso de diminuição drástica das densidades piscícolas, acho que as entidades responsáveis devem ter uma atitude enérgica e musculada sobre este tipo de situações.
À medida que a crise for apertando, este tipo de situações poderá eventualmente tornar-se mais frequente. Acho que é importante preparar, desde já, mecanismos de salvaguarda contra o total abandono e o saque abusivo das nossas massas de água.
Não podemos ficar parados perante uma situação como esta!
Boas!
É o fenómeno inverso…que se vai começar a sentir!
Estou 100% de acordo contigo!
Ninguém vai fiscalizar ou verificar o estado em que o rio vai ser entregue ao regime publico…isto das associações não darem nada em troca pelo aproveitamento de recursos que são de todos vai ter de acabar! Dar uns miseros euros por um recurso que vale pode valar bem mais é um muito mau negócio!
E depois há tudo o resto…até as placas nem devem sair do sitio para não criar “confusões” ás pessoas….
Abraço
Tens razão, Miguel. Eu por acaso não pesco nesse rio, mas se pescasse arranjava logo maneira de arrancar as placas todas do dia para a noite. Se as entidades não o fazem, teremos que ser nós a fazê-lo, de forma organizada ou mesmo desorganizada – levando algumas para casa, para adornar a lareira ou a entrada da garagem 🙂
Acho que devemos divulgar ao máximo estas situações, para que todos possam passar a pescar nessas massas de água. Os blogs têm um papel importante nestas situações e mesmo que ainda estejam por lá placas, já todos podemos pescar à vontade.
Quanto à fiscalização da condição em que as massas de água são entregues, há que exigir que a mesma seja realizada pelas autoridades. É o nosso património que está em causa, e as autoridades apenas são pagas por nós para o gerirem e fiscalizar. Temos que pressionar para que se faça justiça e para que não se protejam e encubram aqueles que lesam o nosso património.
Um abraço,
Boas!
Eu também não pesco nesse rio,nem estou a acusar o Clube de Caça e Pesca Alagoa de nada! Mas tenho a convicção de que vão existir situações como as que disse…
O inverso, de tentar aumentar a extensão da concessão sei de um caso, que uma associação tentou fazer no Alfusqueiro, a colocar as placas puseram uma delas que dava inicio a concessão cerca de 1 km a montante do local que estava descrito no edital.
Mas também este fim de semana, passei por um local que existiam placas de uma concessão que foi extinta aqui na zona, e que já lá não estão. Falo da concessão do Rio do Carregal, um afluente do Alfusqueiro, onde nunca lá pesquei
Abraço