Ao ataque nos Pisões – chuva em finais de Setembro

Ao ataque nos Pisões – chuva em finais de Setembro




Depois de já muito ter falado sobre a visita a Pisões com o Torres, está finalmente na altura de contar como é que correu a pescaria. Tal como já foi dito, tentamos aproveitar as chuvadas do final de Setembro para ver se conseguíamos apanhar algumas trutas já em final de época. Com fortes chuvadas, há sempre a possibilidade de as linhas de água que desembocam na Barragem começarem a funcionar e como tal, as trutas têm tendência para sair das zonas mais profundas e encaminhar-se para essas linhas de água à procura de alimento.

Depois de uma conversa animada desde Braga, chegamos a Pisões por volta das 7 horas da manhã. O dia estava bastante nublado com chuvadas pontuais e ainda tivemos que esperar um pouco para sair do carro, devido à fraca visibilidade. Começamos a pescar eram 7 e 10, e já tínhamos companhia à nossa espera junto à margem da Barragem. Um pescador madrugador já estava a pescar à bóia com peixe vivo, junto da saída da conduta de Sezelhe.

A nossa ideia era pescar desde a saída de Sezelhe até à zona frontal aos viveiros de truta. Pescamos ao spinning, entremeando as colheres com o peixe artificial. Eu pesquei sobretudo com rapalas, enquanto que o Torres andava mais à colher.

A primeira 1 hora de pesca foi totalmente improdutiva. O Torres não teve qualquer toque e eu tive dois ou três toques muito leves. Numa das situações, vi mesmo um lucioperca a dar a volta à amostra e a não cravar. Era um lucioperca muito pequeno. O que se via bastante a mexer em toda a barragem eram sobretudo carpas atonadas, que andavam à cata de comida.

Assim, e depois de pescar a saída da conduta de Sezelhe, avançamos para montante e mais para o centro da barragem, batendo uma zona com mais pedra. Insistimos de forma contínua nos locais mais promissores, mas parecia que o peixe não queria nada connosco. De facto, a situação era tão negra que já estávamos a pensar que nem um peixe iríamos tirar, isto apesar das condições parecerem favoráveis. De repente, e para mudar o rumo, o Torres realiza um lançamento paralelo à margem e crava um lucioperca. Um verdadeiro exemplar com um tamanho indescritivel (só mesmo olhando às fotos), e que ainda não tinha regressado à água, já estava a nadar no facebook. Enfim, um verdadeiro troféu por ter sido o primeiro lucioperca do Torres. Era dia de festa 🙂

Com esta captura, a pesca ganhou logo outro alento. Começamos a pescar com mais intensidade e os resultados surgiram. Assim, numa zona de promontório, e a pescar com rapala X-Rap de 8 centímetros, tive um toque de um lucioperca que não cravou. Depois insisti no local e tanto insisti que acabei por cravar um lucioperca de 37 centímetros. Um bicho razoável, mas que como nós bem sabemos não dá grande luta.

Lucioperca de 37 cm Pisões

Com esta captura, insisti ainda mais no local e consegui ter mais um toque e ainda vi mais um lucioperca a perseguir a amostra até aos meus pés. Também tinha cerca de 40 centímetros. Não satisfeito, mudei para um rapala CD-5 e mantive-me no mesmo local, vindo para trás um pouco, pois pareceu-me que poderia andar por ali alguma coisa. Lancei várias vezes e quando já estava mesmo para desistir, sinto uma cravadela e vejo a linha a andar de lado. Cravo imediatamente e tenho luta endiabrada do outro lado. Era uma truta arco-íris com uma força inusitada, típica dos Pisões!! Resolvi dar-lhe o mínimo de hipóteses. Recolhi rapidamente, fui-lhe dando alguma linha pontualmente, mas tirei-a fora de água o mais rápido possível. Não me podia dar o luxo de a perder, pois quanto mais tempo se lhes dá pior. Tinha capturado uma truta arco-íris de 32 centímetro!!

Truta arco-íris - 32 cm Pisões Setembro 2013

Depois desta captura, ainda mais ânimo ganhamos, e passados 30 minutos, o Torres chegou a cravar uma truta arco-íris de 20 centímetros que também lhe deu boa luta. No entanto, à última da hora a truta descravou-se. Por azar, estávamos à beira de um artista que, não tendo reparado que a truta tinha fugido, disse insistentemente para a metermos no cesto. Se tivesse menos de 19 centímetros, era melhor meter no casaco, segundo ele, e estar atento a dois pontos aonde o SEPNA costumava aparecer. Foram quase preciso 5 minutos para o convencer que a truta tinha fugido!!

Terminada esta zona, fomos para a saída de duas linhas de água em frente aos viveiros. Ainda tirei um lucioperca de cerca de 30 centímetros, vi algumas trutas pequenas pontuais, mas mais nada de jeito. Estávamos claramente a coar água e era altura de almoço. Resolvemos fechar o tasco e fomos comer.

Acabado o almoço, mudamos para a margem oposta à procura de alguns luciopercas. O Torres ainda tirou um pequeno e também um achigã pequeno, enquanto eu limitei-me a desperdiçar peixe que não cravava a sério na amostra, por razões que desconheço completamente. Fugiram-me luciopercas, achigãs e mesmo uma truta arco-íris que mordendo na amostra, não conseguiram cravar.

Às 5 horas, e depois de cansarmos o cabedal ao máximo, resolvemos dar por terminada a faina e no fundo a temporada de pesca às trutas, pelo menos para mim. Foi um dia de pesca de primeira categoria. Tiramos uns peixitos razoáveis para final de época e, mais importante, desfrutamos de um convívio salutar com exercício físico num ambiente de natural de primeira qualidade. Enfim, mais um dia de pesca bem passado a fechar uma temporada que deu muitos bons momentos e também boas trutas.

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.