Logo para começar o ano de 2014, escolhemos um exemplo daquilo que poderá ser a adopção de novas práticas autárquicas com impactos significativos nas populações piscícolas fluviais. Estamos a falar da acção que a Câmara Municipal dos Arcos de Valdevez desenvolveu no ano passado para avaliar a qualidade da água na Praia Fluvial do Pontilhão Valeta e que deve evoluir para outros contornos.
Na sequência de uma avaliação desfavorável da qualidade da água por parte da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), a Câmara Municipal dos Arcos de Valdevez decidiu solicitar um estudo completo à Universidade do Minho, com base na amostragem de macroinvertebrados e numa análise bacteriológica. Apesar desta iniciativa ter essencialmente uma fundamentação política, ela não deixa de ser um primeiro sinal de que as autarquias têm que começar a perceber a importância da água de boa qualidade num município.
O texto na íntegra da notícia pode ser encontrado no site abaixo:
Acreditamos que as análises intensivas da qualidade da água devem começar a fazer parte das obrigações de uma Câmara Municipal para garantir a sustentabilidade ecológica do município. A maioria dos locais onde as recolhas são realizadas devem ser escolhidos de forma aleatória, bem como as horas da recolha, para evitar falseamento e enviesamento propositado das amostras. Só determinados locais deverão ser alvo de análise contínua e obrigatória, como as praias fluviais ou os troços de rios imediatamente a jusante das ETAR’s, com as horas de recolha também a serem escolhidas de forma aleatória, podendo ocorrer de dia ou de noite. Isto para evitar que muitas ETAR’s se consigam safar usando apenas descargas nocturnas!!
No global, acho razoável começar a estabelecer traços mais definidos para uma nova política da água que tenha os municípios ou as CIM’s como principal base de implementação. Neste momento, esta política não existe e como tal, os atentados ambientais continuam a ser o principal flagelo dos nossos rios com impactos sérios, não só para a pesca desportiva, mas também para a saúde pública. Importa delegar responsabilidades a quem conhece bem o terreno e estas problemáticas para termos uma capacidade de acção mais eficaz, não esquecendo a respectiva monitorização central de um processo que deve ser transparente e sujeito a regras que evitem enviesamentos e desvios intencionais.
Como pescador de trutas, reconheço que a qualidade da água é a principal ameaça para a sobrevivência das nossas trutas. Senão atacarmos este problema com a necessária brevidade, podemos estar a trilhar um caminho sem retorno.
You must be logged in to post a comment.