Considerado como um dos principais locais de desova das trutas mariscas e salmões do rio Minho, o rio Tea foi flagelado no início do mês com uma descarga poluente à sua passagem por Mondariz, mais concretamente na zona da Praia do Val. O resultado terá sido a morte de milhares de peixes numa situação que levou mesmo à interdição de banhos na praia acima referida.
O rio Tea tem sido um dos locais chave para a recuperação do salmão do Rio Minho, já que uma grande parte do programa de repovoamento desta espécie tem vindo a estar concentrado nesta massa de água. Portanto, é natural que este tipo de notícia cause alguma apreensão do nosso lado, já que isto pode levar a uma séria regressão nas boas temporadas de salmão que se têm vindo a viver no Minho nos últimos dois anos.
Para uma análise mais detalhada deste acontecimento, podem ler a notícia abaixo do Faro de Vigo:
Pessoalmente, já pesquei na foz do Tea, e ainda este ano por lá passei pelo menos duas vezes. Uma delas com o Torres e outra sozinho. É um local de primeira categoria para a pesca da truta e do salmão, mas só é produtivo sob determinado tipo de condições.
Neste momento, é com preocupação que olho para esta situação. Compreendo que as autoridades espanholas não vão ficar paradas e devem meter rapidamente mãos à obra para iniciar um programa de limpeza e requalificação do rio, com vista a encetar várias acções de repovoamento das espécies afectadas. Algo que em Portugal seria impensável, pois o mais certo era as nossas autoridades deixarem o rio moribundo durante vários anos, à espera que alguma alma iluminada fizesse alguma coisa. No entanto, e mesmo assim, existem efeitos imediatos que não são negligenciáveis e que no curto prazo (até 3 anos), podem-se traduzir em quebras significativas de efectivos nas tradicionais posturas de desova e também nas pontas dos anzóis dos pescadores. É claramente uma má notícia para os pescadores de trutas e salmões do Rio Minho.

Mario,
Como referes no teu poste foi um encanto pescar neste troço do Rio Minho na zona da foz do Rio Tea.
Conseguimos perfeitamente visualizar as posturas das lampreias e verifica-se que é um local de desova para varias espécies de peixes.
Só com o tempo poderá ser verificado o impacto poluente sobre as espécies que desovem nesta zona e os danos causados em termos de população de espécies migradoras e residentes.