Num ano verdadeiramente atípico em termos climatéricos, especialmente na altura do Verão, tudo apontava para um Outono seco com temperaturas acima da média, mas pelos vistos as coisas não se estão a encaminhar nesse sentido. As chuvas parece que já chegaram em força e com uma frequência e intensidade que parece augurar condições bastante boas para a desova das trutas. Efectivamente, as previsões para os próximos dias continuam a ser de chuva, que será forte em alguns dias e zonas do País.
Com chuva forte e os caudais a encher, as trutas aproveitam para se alimentarem com alguma voracidade enquanto se preparam para a migração da desova. Água não falta e a primeira limpeza do leito dos rios já está a ser realizada por estas primeiras chuvas. Se tudo se mantiver com este ritmo, vamos provavelmente assistir a uma boa temporada de desova, com enormes confluências de trutas em locais muito específicos.
Com os efectivos sujeitos a uma forte pressão de pesca e outras ameaças, todos nós sabemos a importância de mais uma boa desova por parte das trutas no final de 2014. Nesta altura crucial para as trutas, torna-se crucial a vigilância e fiscalização dos locais de desova, sobretudo pequenos regatos, por parte das respectivas autoridades. As trutas vão estar acardumadas e mais expostas a todos os tipos de predadores, incluindo o homem. Sem pescadores nas margens dos rios, os furtivos vão ter menos olhos com que se preocupar e certamente que não se farão rogados em pegar nas redes e noutros materiais para fazer das suas. Este comportamento egoísta e oportunista traz consequências sérias para determinados troços dos rios e deve ser objecto de fiscalização intensiva.
Volto a lembrar que nem só as águas salmonídeas devem ser objecto da atenção das autoridades. Locais como o Rio Minho ou a Barragem dos Pisões são apenas alguns dos exemplos de locais onde a pesca ainda está aberta e onde os furtivos, alguns mesmo munidos de canas de pesca, vão estar a dar uma luta sem tréguas às trutas. Para quem não sabe, basta falar com o pessoal habitual destas massas de água para saber o que se faz e como se faz. A última vez que ouvi um relato sobre este tipo de comportamento, falava-se de sacos de batata cheios de trutas. Haja portanto vontade de agir e de adoptar uma postura intransigente para se evitar algumas situações bastante graves. Isto em vez de pactuar com os infractores para depois à noite se sentarem todos à mesma mesa a comer as trutas, isto já para não falar dos salmões.
Bem, e deixando de lado as tristezas, importa apenas salientar que estamos no bom caminho para mais uma época de desova. Os dias de chuva nunca são agradáveis, mas cada vez que me lembro das trutas fico logo mais animado 🙂 🙂
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