Numa iniciativa que visa promover o melhor conhecimento sobre a truta comum e também a preservação desta espécie, a Câmara Municipal de Vieira do Minho resolveu avançar recentemente com a criação de um viveiro municipal de trutas. A construção terminou em finais de Outubro e foram colocadas no local 2000 trutas com dimensões médias entre os 8 e os 10 centímetros.
O principal objectivo deste espaço é a criação de um Centro Educacional que gravite à volta da truta comum, incidindo sobre aspectos como o seu ciclo de vida, principais habitats, morfologia e medidas de preservação. O Centro Educacional deve funcionar através de visitas de estudo e de acções de sensibilização junto das escolas, tratando-se de um primeiro passo bastante significativo para alertar as consciências dos mais novos, e também dos mais graúdos, para a importância de preservar a nossa truta comum indígena.
Na nossa perspectiva, esta é mais uma acção a louvar e que pode ter impactos significativos junto das mentalidades mais urbanas e menos ligadas às problemáticas da conservação dos rios e da sua fauna. Com as autoridades centrais e o ICNF a terem cada vez mais uma postura indiferente e passiva relativamente ao nosso património piscícola, nomeadamente no que diz respeito à truta, é mais do que natural que tenham que ser outras entidades a fazer o trabalho por eles para evitar um total abandono daquilo que ainda vai existindo.
Acreditamos que o futuro será cada vez mais pautado por este tipo de medidas que lentamente vão esgotando o papel do ministério da agricultura nesta matéria. Perante isto, acho que está na altura de se promover rapidamente a transferência de competências e também de receitas para outro tipo de entidades mais locais que têm capacidade e competência para fazer algo nesta área, deixando os assuntos sexys e esotéricos, como linces e outras causas perdidas que só servem para sacar fundos e mostrar protagonismo, para os ambientalistas fanáticos e politicamente correctos dos órgãos centrais.
Já agora porque é que não há uma política activa de repovoamento do salmão na zona Norte? Será que o lince, que estava completamente extinto em Portugal, é mais importante do que o salmão, que é ainda uma espécie passível de recuperação e geradora de alto valor acrescentado regional? Alguém me sabe dizer porquê?

“deixando os assuntos sexys e esotéricos, como linces e outras causas perdidas que só servem para sacar fundos e mostrar protagonismo, para os ambientalistas fanáticos e politicamente correctos dos órgãos centrais.”
Esta parte esta simplesmente ÉPICA, nada mais que a verdade pura e dura.
A questão do Salmão também é bastante pertinente, porque não um investimento a longo prazo num viveiro de Salmão?!? Capturavam-se alguns espécimes selvagens para manter os traços genéticos. Começava-se com algo pequeno que fosse crescendo e gera-se alguma sustentabilidade através da venda para consumo privado.