Depois de um bom sável e uma manhã bem passada num troço do rio Lima entre Ponte de Lima e Ponte da Barca, estava na altura de investir em trutas. Como tal, durante o breve almoço fui reflectindo sobre os vários locais onde poderia entrar durante a tarde. O dia estava quente e o céu descoberto, logo as trutas teriam que estar em locais com profundidade e boa cobertura vegetal. Um desses locais era o troço imediatamente a jusante da Barragem de Touvedo, obviamente após a zona de protecção da Barragem. Ali existiam bons poços e possivelmente alguma corrente, se Touvedo estivesse a debitar.
Bem, nada como confirmar. Portanto, peguei no carro e avancei para as imediações do local. Em menos de 30 minutos, já estava a descer por um caminho na direcção do primeiro poço abaixo da zona de protecção da Barragem. Na descida, e numa zona mais enlameada, tive a oportunidade de ver rastos frescos de javali. Tinha andado por ali bicho e pelas pegadas não devia ser nada pequeno … 🙂
Apesar de não conseguir visualizar o muro da Barragem no local onde desci, verifiquei que existia algum débito. A corrente estava viva, mas não muito alterada. Estavam as condições ideais para um spinning lento, tentando ao máximo atrair as trutas para fora das suas posturas.
Tento entrar no primeiro local de acesso á margem e vejo logo uma truta de 30 cm a mosquear aos meus pés … Pura beleza! Já me tinha visto. Comecei a lançar. A truta ainda deu duas voltas atrás da Mepps, mas nada! Entretanto, mudo para o Rapala F-7 RT e continuo a lançar. Vejo mais duas trutas a aparecer de jusante, ambas com tamanho superior a 30 cm. Seguem o rapala, mas não chegam a abrir a boca. Ainda avancei 50 metros para montante, pescando na saída da corrente. Vi um cardume com alguns barbos muito acima de kilo, mas mais nada de especial.
Perante isto, resolvi voltar à Mepps e regressei ao centro do poço para tentar pescar na zona coberta pela sombra das árvores. Passados 10 minutos, consigo chegar a um ponto central, realizo um bom lançamento para montante e entra uma excelente truta. Começa a luta e sem grandes dificuldades consigo encaminhá-la ao camaroeiro. Tinha tirado uma linda truta do Lima com grandes pintas pretas. Media 28 cm!
A partir desta captura, a minha motivação subiu exponencialmente e comecei a bater de forma intensiva para montante. Todos os locais, e especialmente aqueles mais afectados pela abertura da Barragem, foram abordados com lançamentos longos. Com tenacidade, começaram a surgir as trutas. Logo a seguir à primeira captura, e em menos de 10 minutos, tirei duas trutas sem a medida. Estavam a mosquear no centro do poço e entraram sem medo à colher. Foram rápidamente devolvidas à água.
Já numa zona ligeiramente mais a montante, tirei mais 4 trutas, das quais três tinham um tamanho bastante razoável (ver foto da capa onde algumas aparecem): uma mediu 29 cm, outra 24 e finalmente a última ficou-se pelos 22 cm. Tudo isto em menos de 1h30. Três foram tiradas em águas paradas, próximo de zonas de madeira morta e em áreas com muita sombra. Uma foi tirada na queda de água de um açude e num lançamento à contra corrente em menos de meio metro de água.
A aposta neste local foi perfeita. Em cerca de 2 horas, tirei 7 trutas e algumas de bom tamanho. A sombra, a madeira morta e a cobertura vegetal fornecem temperaturas mais moderadas e alimento suficiente para o bom desenvolvimento das trutas durante o mês de Junho. São aqueles locais onde ainda podemos ambicionar a captura de alguns exemplares, especialmente durante alturas de calor intenso. Não me tinha enganado 🙂

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