Datadas de 1840, de acordo com alguns sites da especialidade, as colheres ondulantes são dos iscos mais produtivos a nível mundial para a captura de peixes predadores. Lúcios, salmões, trutas e achigãs são alvos tipicos deste tipo de amostra. É uma amostra que tem uma forte capacidade de atracção e que pode ser utilizada de várias formas. Os resultados tendem a ser sempre espectaculares e muitos dos grandes troféus caiem sob a acção deste tipo de isco. É um daquelas armas secretas que pode fazer a diferença quando mais nada funciona.
Em Portugal, este tipo de amostras é práticamente desconhecido. Nas lojas de pesca é muito dificil encontrar colheres ondulantes e como tal também são poucos os pescadores que as utilizam. Não se sabe muito bem se o primeiro facto causa o segundo ou vice-versa. O que importa é tomar consciência de que é preciso alterar este estado de coisas. Penso que está na altura de serem dados os primeiros passos para seguir a tradição de outros países com maior reputação na pesca à truta e começar a introduzir este tipo de amostra como material obrigatório no cesto de pesca. Em Espanha, só muito recentemente é que começou a ser utilizada de forma intensiva e hoje em dia é indispensável para a maioria dos pescadores de trutas.
Então como é que se pode pescar com este isco?
Existem dois tipos de colheres ondulantes: as largas e as finas. As primeiras são mais pesadas e utilizadas para o deep spinning. As segundas são menos pesadas e tendem a ser usadas sobretudo para o corrico em menores profundidades. Ambos os tipos são produzidos pelas marcas mais conceituadas a este nível: a Mepps e a Abu Garcia (Toby – ver foto abaixo). A cana a utilizar com este tipo de iscos deve ter sempre uma acção de ponta rigida, permitindo que o triplo seja cravado o mais rápidamente possível.
A velocidade de recuperação a utilizar para as colheres ondulantes deve ser adequada á temperatura da água. Quanto mais fria estivar a água, mais lenta deve ser a recuperação. Isto deve-se ao facto de a baixa temperatura causar uma maior imobilidade junto dos peixes, portanto não estão dispostos a realizar grandes corridas atrás da amostra. Com temperaturas mais primaveris ou mesmo veraneantes, a velocidade de recuperação pode-se tornar mais elevada.
O tamanho da colher ondulante deve ser adaptado à dimensão da massa de água em que se pretende pescar. Os tamanhos 00 e o devem ser utilizados em ribeiros e rios de caudal médio. Para rios grandes e barragens, aconselham-se os tamanhos 0, 1 e 2. Tamanhos superiores, como o 3, só se aconselham para grandes massas de água e peixes de grande tamanho.
As colheres ondulantes podem ser utilizadas para pescar ao corrico e ao spinning. Em ambas as situações, uma recuperação constante pode ser utilizada. No entanto, estas amostras são muito mais efectivas com uma recuperação errática. Este tipo de recuperação imita um peixe ferido e aumenta exponencialmente a capacidade de reflexo da amostra, tornando-a irresistivel para os predadores. Apesar da recuperação ser errática, convém manter sempre a tensão na linha para que a cravagem do peixe seja o mais efectiva possível.
Para compreender melhor alguns dos argumentos aqui utilizados podem sempre ver alguns dos videos sobre as colheres ondulantes da Mepps (Syclops e Little Wolf) num dos nossos posts.
No global, esta é uma amostra fabulosa e que tende a ser subestimada em Portugal. Quando nada mais funcionar, vale sempre a pena tentar pô-la a nadar. Como em tudo o que diz respeito à pesca, não há nada como insistir até por este tipo de amostra a funcionar a nosso favor. Boas pescarias 🙂
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