Inícios de Maio e mais uma vez surgiu a vontade visitar o Rio Lima. Com a chuva a querer cair, mas a ser constantemente interrompida por boas abertas, achei que valia a pena diversificar a acção de pesca entre o Rio Estorãos e o Rio Lima, surgindo o Lima como segunda escolha. Assim, e depois de duas horas infrutíferas no Estorãos, virei a minha atenção para o Lima, procurando bater uma sequência de correntes e um açude para montante da foz do Estorãos. Eram cerca das 11 horas e eu queria terminar por volta do meio dia!
A paisagem não era a melhor na área que pretendia cobrir, pois a vegetação tinha crescido imenso nos últimos anos e como tal o acesso às áreas que eu conhecia estava totalmente impedido nalguns casos. Depois de algum esforço, consegui fazer uma primeira entrada num destes locais só para verificar que a maré estava na vazante e que as condições de pesca não eram as melhores. Aproveitando o material que tinha em mãos (cana de 1,2 metros, linha 0,12 e rapala CD-3 RT), realizei alguns lançamentos, mas sem sucesso.
Com esta primeira tentativa, percebi logo que as condições iriam estar complicadas, pois devido ao forte açoreamento daquela área, a profundidade era relativamente reduzida. E como eu sei que há uma relação directa e positiva entre profundidade e o tamanho do peixe, considerei que só valia a pena bater as zonas de corrente mais funda. Assim, fui rapidamente avançando no sentido do Palácio de Bertiandos, aproveitando ao máximo todos os espaços abertos e tentando focalizar os lançamentos nas zonas mais fundas.
Aproveitei para trabalhar com calma uma corrente que fica mesmo em frente ao Palácio, mas sem sucesso. Levei um toque num lançamento realizado a 3/4 para montante, mas não consegui distinguir se era truta ou escalo. Pela leveza do toque, pareceu-me escalo.
Com a chuva a ir e a vir, e o caudal a reduzir-se continuamente, achei que não valia a pena perder mais tempo nas correntes. Avancei directamente para um açude localizado perto de uma captação de água. Ali existe uma boa profundidade, o fundo é de areão pequeno e a corrente tem sempre a força suficiente para formar um redemoinho com uma dimensão considerável. Qualquer bom peixe que suba o Rio Lima tem que passar por ali.
Mal entrei no açude, fiz logo um lançamento num pequeno poço negro encostado à margem e vi logo uma pequena truta a vir atrás do rapala. Era uma beleza de 13 cm no máximo. Ficou a olhar para mim e eu para ela 🙂
Toca a avançar para a zona mais forte da corrente. Comecei os lançamentos pela parte menos funda do redemoinho e fui trabalhando lentamente para as zonas mais fundas e posteriormente para a entrada principal da corrente. As recuperações eram lentas, pois a força da água era mais que suficiente para por o rapala a trabalhar.
Depois de 5 minutos a trabalhar o redemoinho, avanço então para a corrente principal. O primeiro lançamento cai no pico da corrente e de imediato sinto uma pancada na linha, cravo e do outro lado vejo um peixe a saltar. Era uma truta. Comecei a recuperá-la com calma e não notei que fizesse muita força. Em poucos segundos, tinha-a na mão. Era um linda truta de 20 cm do Lima com umas cores espectaculares. Depois da foto da praxe, não demorou muito a ser devolvida à água.
Depois desta captura, insisti ainda mais no açude. Durante 20 minutos, tentei de tudo. Meti o fio 0,18 e avancei com a Mepps Aglia Longcast nº3. Cobri todos os ângulos possíveis, mas nem sinal de truta. Ocasionalmente, vislumbrava alguns peixes perto da pedra onde estava a pescar, mas pareceram-me sobretudo barbos e escalos. Enfim, o local só por si merecia o esforço e a esperança era de que por ali estivesse alguma truta mais graúda … possivelmente alguma marisca 🙂
Com o relógio a chegar às 12h00, resolvi dar a pescaria no Lima por terminada. Apesar do tempo estar bom, as condições do caudal não eram as melhores e como tal comecei a desmoralizar. Com uma truta capturada, achei que já tinha tido a minha conta … especialmente porque era domingo e como tal a pressão de pesca do dia anterior deveria ter sido considerável naquela zona. Havia que deixar o Lima para outro dia, onde certamente poderia ter mais sorte. Para uma hora de pesca, até que não tinha corrido mal 🙂
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