3 trutas no mesmo sítio do Coura.

3 trutas no mesmo sítio do Coura.


Depois de dois lugares interessantes, num dia dedicado ao Rio Coura, resolvi manter a minha dedicação e atacar mais um local especial neste grande rio. A minha escolha incidiu na proximidade de um dos muros das Barragens do Coura, sabendo que por ali nadam sempre alguns bons exemplares que se conseguem esquivar aos vários esquemas dos pescadores que por ali andam. Aquela é uma zona onde não se brinca e a intensidade de pesca é verdadeiramente impressionante. De facto, não encontrar ali ninguém, foi a principal razão que me levou a visitar o local.

Mantendo o equipamento de light spinning, resolvi descer a margem e começar a lançar o mais rapidamente possível, para aproveitar a primeira chuva ligeira que tinha começado a cair. Quiçás, as trutas começassem a mexer-se melhor com esta mudança atmosférica.

Com um aumento substancial da profundidade, achei por bem apostar em lançamentos largos, com tempos de espera para permitir que a colher afundasse o suficiente, antes de começar a recuperar. Os primeiros lançamentos foram realizados à procura da outra margem e às vezes mesmo com as duas mãos. Não havia grandes sinais de actividade no centro do rio e eu já começava a pensar que não havia por ali trutas, até que num dos lançamentos, vejo uma truta a vir atrás da colher, quando ela já vinha a subir para sair da água. Tínhamos ali bicho!! Toca a insistir!!

Mais um lançamento para longe, deixo afundar, recupero lentamente, a colher começa a subir na minha direcção, e quando ela já está para sair fora de água, vejo um raio a avançar para a amostra, cravo e vejo uma truta a vibrar no ar. Mas que bicho voraz!! Foi só deixar cair no chão e ver o que era aquilo 🙂 É que nem deu chance para grandes lutas 🙂 Olho para baixo e vejo uma truta arco-íris de 23 cm. Não estava nada à espera … mas atendendo ao facto de que o viveiro de trutas fica a montante, se calhar algumas tinham escapado para ali. Ou será que foram introduzidas para divertimento do pessoal que anda por ali??

Bem, pouco interessava. A primeira já cá cantava, e onde há uma, também há duas. Voltei a insistir no mesmo local. Mais quatro lançamentos longos e nada. No quinto, ligeiramente mais para jusante, vejo outro peixe a vir espreitar a colher, já na subida da mesma. Outro lançamento para o mesmo local, e quando a colher já vem a sair fora de água, a truta entra, levanto a cana e mais uma a rabiar no chão. Outra arco-íris com o mesmo tamanho.

Já convencido que o local era mágico, voltei a insistir durante mais 15 minutos. E se andasse por ali um cardume de trutas arco-íris?? Lá insisti, e já na ponta final, também numa recuperação junto aos mesmos pés, outra cravadela!! Mas esta de respeito!! O carreto começou a correr, e tinha bom bicho na ponta. Atendendo ao 0,12, resolvi deixar a truta brincar e preparei o camaroeiro. Mais umas cabeçadas e algumas corridas, e com alguma calma lá a consegui por ao alcance do camaroeiro. Levantei-o e deparei-me com um belíssimo exemplar de truta comum com cerca de 30 centímetros. Um excelente peixe com umas cores impressionantes 🙂

Em poucos menos de 25 minutos, já tinha tirado 3 trutas no mesmo lugar e, portanto, estava na altura de mudar de local. Avancei ligeiramente para montante e bati todos os locais de forma exaustiva, mas parecia que a magia se tinha desvanecido, apesar de a chuva ligeira manter a sua intensidade. Ainda consegui ver mais um bom exemplar de truta arco-íris, mas arrepiou caminho quando me viu.

Tentei de tudo, mas também já estava convencido que a minha conta já estava feita. Ainda troquei de isco, meti rapala, troquei por uma colher mais pesada, mas sem efeito. Enfim, estava tudo dito! Em pouco tempo se fez uma pescaria bastante razoável num mesmo local do Coura. Infelizmente, são poucos os rios onde estes milagres ainda podem acontecer, mas certamente que o Coura é um destes locais 🙂

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.