Há pouco tempo tive a oportunidade de voltar ao rio Mouro para mais uma pescaria às trutas. O rio Mouro é bem conhecido por ser um excelente local para tentar capturar algumas trutas fario de primeira qualidade, bem como alguns salmões e trutas mariscas. É também um dos poucos rios onde existe uma zona de protecção de desova que serve como local preferencial para infantário do Rio Minho.
A pescaria correu relativamente bem e será alvo de outro post, mas aquilo que vi logo no início da jornada é que me preocupa. O rio Mouro foi dos poucos locais onde já fui fiscalizado e costuma ser um local bem patrulhado, se estivermos encostados a uma ponte ou a uma estrada nacional de fácil acesso. Agora quando se trata de zonas mais isoladas e com acessos mais difíceis parece que a coisa muda de figura. E porque é que digo isto?
Pela simples razão de que encontrei um grande pedaço de rede de pesca pendurado dos ramos de uma árvore num dos melhores poços do rio Mouro. A rede era relativamente recente e tinha sido usada para capturar os bons exemplares que existiam naquele poço. No entanto, devido à cobertura vegetal numa das margens, os furtivos que a utilizaram não a conseguiram recuperar na totalidade e uma parte dela ficou presa nos ramos. Ainda lá está para quem quiser ver.
Em termos do impacto desta rede, pude comprovar que apenas existiam pequenas trutas naquele poço e com uma densidade reduzida. Isto comparativamente a outros poços que pesquei para jusante e para montante. Ou seja, a acção dos furtivos foi eficaz para limpar aquela zona, deixando-a com níveis mínimos de trutas.
Esta é uma situação que nos deve preocupar. Apesar dos muitos esforços que se fazem para erradicar a praga do furtivismo, ela continua a perdurar em zonas de primeira qualidade para a pesca à truta. Uma parte do problema passa pela falta de sensibilização das populações locais, mas a outra parte passa pela falta de uma fiscalização eficaz junto à margem dos rios e, sobretudo em locais de mais difícil acesso. Não creio que se esteja a fazer um bom trabalho a esse nível.
Ainda há pouco tempo, tive a oportunidade de passar por dois jeeps do ICNF a menos de 4 km um do outro e apenas andavam a passear pela estrada. Penso que uma parte importante da fiscalização deve ser atribuída a esta instituição, pois a Brigada Florestal não tem capacidade de cobertura para as nossas massas de água.
Enquanto nada for feito, todos os esforços que tentarmos para preservar a nossa população de salmonídeos vão ser em vão. Os furtivos terão sempre a capacidade de limpar poços de rios truteiros em pouco menos de 30 minutos. Destruindo a fauna e deixando para trás situações que demoram vários anos a corrigir. Isto com impacto grave junto da comunidade de pescadores e das receitas de turismo que os mesmos geram.

Bom dia, sendo eu de Monção e pescador de trutas, é de facto com muita pena minha que vejo este cenário. Mas além das redes existem também as cordas.
Há pouco tempo fui também fiscalizado no Rio Gadanha, mas apenas junto à praia fluvial, e mais abaixo 400m tinha eu cortado duas cordas, ou seja, não fiscalizam porque a vontade de sair dos Jeeps e andar a pé é muito pouca!
Tenho medo que um dia não possa pescar trutas nos pequenos rios de Monção, mas há pessoas que não pensam nisso, e esquecem-se que um dia os seus filhos e netos não poderão desfrutar deste prazer que é a pesca à truta!
Abraço, e boas pescarias!
A pois e fiscalizacao so ao pe dos caminhos, porque e melhor andar de jeep que andar a pe a desbravar mato nas margens do rio. Das duas vezes que fui fiscalizado foi uma junto a um caminho e outra quando ja tinha terminado e ia a caminho do carro. Por aqui tda a gente sabe quem sao os mata tudo mas nada se faz, a coisa de um mes durante um dia fiz mais de 20 capturas de Trutas fora da medida, depois vim a saber que tinham sido de repovoamento se for hoje a esse troco do rio se fizer 3capturas ja vou com sorte, alertei as autoridades pra esse facto mas duvido que tenha sido feito algo. E eu pergunto se e pra repovoar com trutas que vao ser apanhadas e nao vao ter saldo positivo, que repovoem com trutas dentro da medida. Bem isto e uma palhacada. A uns anos o Zezere foi alvo de um dos maiores crimes alambientais que tenho memoria e nada foi feito, ha margens que ainda sao autentiacas lixeiras.
julgo que a maior parte dos assassinos são espanhois, os do mouro,pelo menos. ha uns anos estava em tangil e vi espanhois com um comportamento suspeito e depois percebi que estavam com redes e so nao as lancaram porque estavamos lá. o mouro é muito perto de espanha e tem fama. e como em espanha ha fiscalizaçao a serio, vem para portugal
É preciso perseguir essa gente com força, porque pelos vistos continuam com o mesmo comportamento.
Já não chegam os artistas que temos por cá e ainda por cima temos que aguentar com os espanhóis. Acho que as autoridades devem fazer incidir o dobro da fiscalização sobre carros de matricula espanhola parados à beira do rio em zonas críticas como no Mouro, Coa, etc. Parece-me que só assim é que se pode começar a controlar esta praga.
Abraço,
Na minha opinião, não têm nada a ver com Espanhóis ou Portugueses.
O que os Portugueses fazem no Minho em Monção e Melgaço é uma vergonha, desde redes sem medidas que limpam tudo até a pesca ilegal com redes a noite etc… a lixívia típica nos ribeiros.
Podia tar aqui toda a noite…
Boas!
Não se pode estar a atacar espanhóis,quando todos nós sabemos de atrocidades feitas por portugueses….é sempre mais fácil “cuspir para o ar”!
Há boa e más pessoas por todo o lado…não se pode meter tudo no mesmo saco!
E há espanhóis gente boa, e em termos gerais o pescador espanhol é muito mais respeitador e responsável do que os portugueses!
Tenho o prazer de conviver e pescar com um “espanhol” muito gente boa, e todos nós o conhecemos! 🙂
Abraço
Pois … mas quando eu pesco em Espanha vigiam-me e fiscalizam-me sempre 10 vezes mais do que os Espanhóis. Não percebo porquê?
Eu até sou um individuo cumpridor. Alguém me consegue explicar? Deve ser porque gostam mais dos Portugueses 🙂 🙂
Aceito claramente que a maioria dos pescadores Espanhóis é gente culta, bem intencionada e respeitadora. Agora também reconheço que em termos de furtivismo somos uns meninos comparados com nuestros hermanos, quer a nível de caça, quer a nível de pesca. Já vi algumas coutadas de caça na fronteira limpas numa noite, mas com uma actuação extremamente profissional … nos rios … o panorama também não deve ser diferente …
Convém estar atento e prevenir …
Um abraço,