Às mariscas no Rio Lima – Agosto 2013

Às mariscas no Rio Lima – Agosto 2013

Primeira semana de Agosto. Depois de um final de temporada geral em grande, tinha chegado a altura de pescar apenas em zonas muito específicas. Depois de consultar o site do ICNF (porque com esta gente nunca se sabe quando a lei muda), resolvi dirigir-me ao rio Lima para realizar uma sessão de pesca às trutas mariscas. Apesar de nunca ter tido grande sorte com as mariscas do Lima, o que me interessava verdadeiramente era passar algumas horas a distrair-me e a relembrar algumas das grandes emoções vividas na pesca à truta neste rio.

No entanto, antes de entrar ao Lima, ainda passei pelo rio Vez para ver como estavam as coisas. Como não podia deixar de ser, ainda pesquei uma hora ao rapala na zona baixa, mas sem grande resultado. Verifiquei que a densidade de trutas era quase nula nalguns troços e que apenas em zonas mais encobertas e relativamente fechadas é que se viam algumas trutas pequenas a comer. Estavam metidas na margem a comer mesmo por debaixo das árvores.

Terminada a minha experiência no Vez, resolvi avançar para o Lima, recorrendo ao material de light spinning, mas em vez de rapala, meti a Mepps Aglia nº1. Seleccionei como destino um troço entre Ponte de Lima e Ponte da Barca que apresenta várias correntes entremeadas por alguns poços. Como as correntes têm uma profundidade reduzida, e não estando a Barragem a trabalhar, as trutas normalmente estão concentradas nos poços.

Para dizer a verdade, as minhas expectativas para esta pescaria eram quase nulas. Tempo quente, céu claro e reduzido caudal (pois a Barragem estava parada) parecia o cenário ideal para coar água. De qualquer forma, não ia deixar de dar uma volta só para ver como as coisas estavam. Entrei ao rio por volta das 13 horas. Fiz uma caminhada pela pista ecológica para entrar no rio mais a jusante. A ideia era bater para montante. Os primeiros lançamentos saíram numa zona com forte cobertura vegetal dentro e fora de água. Não se via nem sinal de truta.

Passados 15 minutos e mantendo-me na zona de árvores, começo a ver as primeiras trutas de pequeno tamanho atrás da amostra. Eram trutas fario. Lá mexi uma, depois outra e à terceira, num lançamento paralelo à minha margem, tiro a primeira truta do dia. Tinha cerca de 15 centímetros e não deu muita luta. Era uma truta comum e como tal devolvi-a rapidamente à água.

Depois da captura, continuei na mesma zona e ainda vi mais duas trutas, mas não queriam nada. Terminada esta zona, entrei numa sequência de correntes com muito pouca profundidade. Bem pesquei este local de forma afincada, mas sem resultado. Levei dois toques de trutas pequenas e um que me pareceu de barbo, mas nada cravou. Aliás, a profundidade das correntes era tão reduzida que nalgumas zonas não tinha aspecto de ter qualquer peixe.

Terminada a sequência de correntes, entrei a um açude com alguma dimensão. Lancei a primeira vez para montante do muro e nada. Lancei a segunda vez mesmo para a zona onde a água começa a dobrar o muro, recupero à contra corrente e vejo dois peixes pequenos a correr atrás da amostra. De repente, e saída de baixo do muro, vejo uma truta de bom tamanho a avançar com as barbatanas laterais abertas, dá um arranque mais forte, abre a boca e crava-se na amostra. Levanto a cana e tenho luta. Do outro lado, vejo uma tez prateada a brilhar. Era uma marisca!! Lá controlei a situação com calma, pois estava mais acima na margem. Ela bem se debateu e tentou meter-se nas algas do centro do rio, mas sem hipótese. Lá a fui puxando para mim. Passados dois minutos, já estava cansada e cheguei junto à margem para lhe deitar a mão. Tinha capturado uma linda truta marisca do Lima com 32 centímetros. Afinal sempre havia mariscas no Lima 🙂

Truta marisca 32 cm Rio Lima

Depois desta captura, avancei mais para montante no mesmo açude. Fui lançando calmamente e apareceram algumas trutas atrás da amostra, mas nada de muito significativo. Como tal, fui me chegando à entrada de corrente no açude. Depois de passar para uma posição melhor, realizo um lançamento para montante, mesmo para a cabeça da corrente e quando começo a recuperar, vejo outra sombra atrás da colher. Atrasei um pouco o andamento e a truta abriu a boca. Cravo e ela salta imediatamente fora de água. Era outra marisca, mas de menor tamanho!! Lá a fui trabalhando com calma e consegui-a trazer até perto de mim. Quando já estava pronta para ser tirada fora de água, dá um toque de cabeça e solta-se da amostra. Lá se foi a truta!! Com menos de 30 centímetros, poupou-me o trabalho de a libertar. A verdade é que também fiquei sem foto.

Depois deste segundo episódio, fiquei satisfeito com a minha incursão no Lima atrás de mariscas. Ainda pensei que podia continuar mais para montante, mas achei que já tinha a minha conta naquele dia. Aliás, o calor estava cada vez mais intenso e não perdoava.

Quem me dera poder voltar ao Lima nos próximos dias e realizar as mesmas capturas!! Era muito bom sinal 🙂 🙂

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.