Primeiros dias de Agosto. Com a pesca à truta em marcha lenta, apenas sobra a possibilidade de tentar a sorte em algumas zonas especifícas da nossa geografia. Neste cenário, decidi pescar um pouco na zona baixa do rio Neiva, à procura de algumas trutas mariscas que pudessem ter subido do mar.
O dia escolhido apresentava-se relativamente quente e limpo, gerando um clima pouco propício para a pesca. De qualquer forma, como era fim de semana, e as opções não eram muitas, decidi-me por uma visita ao Neiva. Cheguei por volta das 10 horas e resolvi pescar até às 15. A ideia era bater alguns dos últimos açudes do Neiva utilizando material de light spinning, já que o caudal do rio apresentava-se relativamente reduzido e as trutas deviam estar com os olhos bem abertos.
Os primeiros lançamentos sairam junto à ponte da EN13. Com o crescimento do mato nas margens e a fraca corrente do rio, era muito difícil surpreender as trutas que andavam naquela zona. Fui lançando e lançando em várias zonas, sem grande sucesso. Via-se alguma actividade mosqueira ao longe, mas quando a colher entrava dentro de água desaparecia tudo. Era um autêntico passe de magia.
Os primeiros 45 minutos passaram sem novidade. Visualizei duas trutas de bom tamanho a dar a volta à colher com um aspecto bastante manhoso, mas nada de mais significativo. Lancei e lancei, mas sem resultados práticos até que cheguei ao primeiro açude a montante. Na parte de baixo do açude, não vi qualquer exemplar, até porque a profundidade era muito reduzida. Na parte de cima, primeiro lançamento para a outra margem, a colher começa a rodar e sinto um puxão na linha. Cravo e vejo uma truta fora de água aos saltos. Tento dominá-la, ela ainda se tenta colocar no meio de umas ervas e raspar a linha contra as pedras, mas levantei a ponta da cana e mantive-a em situação controlável. Em poucos menos de 1 minuto já estava do meu lado. Era uma linda truta fario do Neiva que foi imediatamente reposta no seu ambiente natural.
Depois desta captura, avancei um pouco mais para montante. Logo a seguir, num lançamento também para a outra margem, levei um toque bastante forte na colher. Ainda pensei que fosse truta, mas pareceu-me barbo de kilo ou mais. Isto, porque mais à frente vi vários barbos a seguir a colher. Que era bicho grande, era!!
Não continuei para montante, porque entrei na zona de poluição da zona industrial de São Romão do Neiva. Aquilo meteu-me tal impressão que virei logo para jusante.
Para jusante da ponte da EN. 13, meti o rapala CD-3. Caminhei o mais possível para jusante e depois comecei a pescar para montante. Passei mais de duas horas a pescar neste troço. O resultado foi bastante mau. Tirei uma trutita de 16 centímetros já numa zona próxima da fábrica da resina, mas no resto dos locais que bati, não vi qualquer sinal de peixe. Fiquei pessimamente impressionado. Esta era uma zona onde existiam sempre elevadas densidades de barbos, escalos e algumas trutas de bom tamanho. Agora, não havia nada!!
Apesar de estarmos em final de época, este cenário não deixa de me preocupar sériamente. Mesmo em poços de grandes dimensões, onde costumavam existir sempre bons cardumes de escalos a mosquear, não existia nada. Nas zonas menos profundas, onde se viam um ou outro bom barbo de grande tamanho com a prole atrás, também nada. Impressionante e preocupante!! Não sei o que se está a passar nesta zona, mas alguma coisa se passa para termos este cenário. Se souberem mais do que eu, agradecia que me dissessem, pois eu não sei nada!!
Enfim, no final da faina, mariscas nem vê-las. Duas trutitas fario capturadas e libertadas de imediato, e um sentimento de que algo vai muito mal nesta zona do Neiva. Assim não pode ser!!
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