A coar água em Paradela do Rio ….

A coar água em Paradela do Rio ….




Meados de Maio. Depois de desafiar o amigo Arlindo Cunha, resolvemos fazer a visita a Paradela do Rio. Da última vez, tivemos azar, pois alguém iluminado resolveu contrariar o plano de exploração e adiar a abertura para o dia 31 de Março. Desta vez, já não íamos ao engano, pois a temporada já estava mais do que avançada.

O dia prometia com previsões de chuva para o final da tarde, mas quando chegamos a Paradela do Rio, perto das 7h30 da manhã, o céu estava claro e a temperatura amena. Não era claramente o dia ideal para apanhar trutas de barragem. De qualquer forma, resolvemos tirar as licenças no Café Benfica e avançar para a barragem. Eu ainda tive que meter fio 0,18 no meu carreto, mas o amigo Arlindo avançou logo para a margem e começou a lançar.

Atacamos na margem direita utilizando sobretudo material de heavy spinning: colheres nº3 e fios de 0,18 para cima. Tivemos que ter em atenção as novas zonas de protecção que foram criadas à última da hora. Uma medida que louvamos, mas que devia ter levado à actualização imediata do mapa que consta do plano de exploração que está no site do ICNF, pois muita gente, incluindo eu, utiliza essa fonte de informação. Assim, só por sorte é que nos apercebemos dessa alteração, antes de começarmos a pescar ilegal … Foi só o facto de termos parado mesmo em frente às placas.

Depois de termos assimilado as novidades legislativas, começamos a coar água a sério. Com vento forte e pouca actividade na água, logo verificamos que as coisas não estavam nada fáceis para tirar uma trutita. Elas deviam estar bem picadas e se calhar próximo do fundo. Ainda se juntaram a nós alguns pescadores que vinham às bogas com asticot (“que é o isco ideal para pescar em barragens com trutas”), mas também eles estavam com muita pouca sorte.

Com este cenário, e sem um toque ou vislumbre de truta sequer, resolvemos mudar de margem. Fomos atacar a saída dos dois afluentes da outra margem. No primeiro, batemos intensivamente os 300 metros até à zona de protecção. Nem toque e só vi uma boa truta mesmo encostada à zona de protecção. Seguiu a amostra, mas sempre à distância de segurança.

Terminado este local, avançamos para a saída do ribeiro de Pitões da Júnias. Começamos 500 metros antes da saída de água e fomos trabalhando para montante. Logo no início, e numa recuperação lenta da amostra, paralela à margem, tiro uma truta. A truta atacou mesmo debaixo da pedra onde eu estava a pescar. A amostra estava a subir e a truta arrancou do fundo e deu-lhe uma pancada certeira. Foi só cravar e puxá-la logo para fora de água e para a margem. Uma linda truta de 28 centímetros de Paradela do Rio.

Truta 28 cm Paradela do Rio Maio 2014

Animados por esta captura única, eu e o Arlindo forçamos a pesca naquele local. Batemos intensivamente a área até às 13h30. Vários lançamentos em locais de primeira categoria, mas nem mais sinal de truta. Era desesperante, e isto numa altura em que o céu começou a ficar bastante encoberto e a apresentar ameaça de chuva. Mesmo assim, as trutas não queriam comer.

Já sem mais ânimo e com o Arlindo a querer ir comer uma posta de carne Barrosã, fui obrigado a deixar a barragem. Foi uma pescaria pouca produtiva em termos de peixe, mas que vale sempre pela beleza do local e pelo ar puro que respiramos. No final, fiquei satisfeito por pelo menos ter tirado um lindo exemplar, numa altura em que elas já andam bastante picadas.

Há que esperar por melhores dias, porque certamente que ainda não apanharam as trutas todas da barragem 🙂 Eu é que só devo lá voltar para o próximo ano.

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.