Tarde do dia 31 de Julho de 2015. Depois de uma manhã de pesca produtiva no Coura, resolvi encaminhar-me para o Rio Neiva na zona de Durrães para tentar mexer algumas trutas. A tarde estava bastante quente e nublada, aparecendo pontualmente o sol de quinze em quinze minutos. Estava um bom cenário para pescar trutas ao saltão, mas isso não era para mim, pois uma vez pescador de spinning, sempre pescador de spinning, mesmo quando a produtividade é claramente inferior à do isco natural.
Quando cheguei ao Neiva, as minhas expectativas não eram muito altas, já que este ano as pescarias que me foram relatadas estavam muito abaixo do normal para este rio. Não sei se isto foi uma consequência de alguma intervenção ou da constituição da concessão, mas várias foram as queixas que chegaram o meu conhecimento, levando a que eu restringisse as minhas visitas a este rio.
A minha pescaria começou na zona de Durrães junto a uma ponte de pedra sobre o açude. Mantive o material de heavy spinning que tinha do Coura, diminuindo apenas no peso da amostra que baixou dos 12 para os 8 gramas. Os primeiros lançamentos saíram num poço imediatamente a montante da ponte. Via-se alguma actividade pontual à superfície e comecei a ver as primeiras trutas a seguir a amostra.
Notava-se que as trutas estavam em final de época, pois andavam desconfiadas. Seguiam a amostra com receio e nalguns casos davam meia volta nos primeiros dois metros. Aliás, esta foi a norma nos primeiros 10 minutos de pesca.
Perante esta situação, comecei a forçar os lançamentos em zonas mais difíceis e logo à entrada de um poço, tenho o primeiro toque. A truta entrou com força, mas não cravou. A pancada foi valente, mas conseguiu escapar aos anzóis. Repito o lançamento, mas ligeiramente mais para montante, e quando a amostra começa a rodar sinto uma pancada e cravo uma boa truta que começou a saltar fora de água. Lá segurei como pude e quando a senti mais cansada, deitei-lhe a mão. Uma linda truta de 23 centímetros do Rio Neiva. Um bicho com lindas pintas negras e grandes que foi imediatamente devolvido.
Depois desta captura, animei para mais 500 metros de pesca. As trutas não estavam muito activas, mas havia uma ou outra que de vez em quando dava um ar da sua graça. Cheguei a ter mais duas ou três presas, mas tiveram a agilidade suficiente para fazer um golpe de rins e safarem-se à última hora.
Atendendo ao dia que era, fiquei relativamente bem impressionado com a densidade de trutas que encontrei. O cenário não era fantástico, mas também estava longe da falta de trutas relatada por alguns pescadores que este ano frequentaram o Neiva de forma assídua. Aliás, em cerca de 20 minutos encontrei dois pescadores ao saltão que andavam por ali à pesca de forma normal, a menos de 200 metros um do outro, demonstrando que afinal sempre havia algumas trutas.
No global, fiquei satisfeito com o fecho de época realizado no Neiva. Não foi uma experiência de muitas e grandes trutas, mas foi uma boa experiência de pesca animada com peripécias e vários arranques de trutas numa zona com uma densidade razoável de exemplares. Esperemos que para o ano as coisas se mantenham pelo menos a este nível. Já não era nada mau!!

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